O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Relações Internacionais (SRI), realizou visita às autoridades do México, entre os dias 27 e 29 de julho, para negociação de abertura de mercado, principalmente para carnes de frango.
A exportação do produto entre janeiro e junho de 2014 ao México foi de US$ 12,9 milhões.
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De acordo com o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Marcelo Junqueira, a principal reivindicação às autoridades sanitárias mexicanas foi a habilitação de 26 plantas brasileiras para exportação de carnes de aves ao país.
“Ano passado nós fomos lá e conseguimos habilitar cinco plantas. Esse ano, as exportações estão em um ritmo importante. Já exportamos cinco mil toneladas de carnes de aves e temos a expectativa de fechar o ano em torno de 20 mil toneladas, se mantivermos as cinco plantas”, afirmou Junqueira.
A reivindicação foi aceita e o México vai enviar missão técnica ao Brasil no intuito de visitar as 26 plantas e analisar a liberação de exportações. Nos próximos dias o Brasil terá data definida para receber os técnicos mexicanos.
“Agora queremos que eles aprovem um leque maior de plantas que, segundo o serviço fitossanitário brasileiro, estão aptas a exportar, de acordo com padrão mexicano”, disse o secretário.
Recentemente o México teve problema de gripe aviária, o que causou problema de abastecimento interno significativo ao país. “Atualmente, a importação de frango do México está na ordem de 150% de imposto, mas por conta dessa necessidade, o México isentou uma cota de importação de carnes de aves na ordem de 300 mil toneladas com tarifa zero para fora do Nafta”, acrescentou o secretário.
Carne de peru
Segundo Junqueira, o foco era a exportação de carne de frango, mas o México apresentou interesse na importação da carne de peru do Brasil. “Eles estão com uma necessidade de 100 mil toneladas com tarifa zero. Mas ainda está em discussão se esse valor fará parte das aves que já estão liberadas ou se seria um adicional de mais 100 mil toneladas”, comentou.
Ovos férteis
Além disso, as autoridades brasileiras solicitaram a ampliação do número de plantas autorizadas a exportar ovos férteis. Hoje apenas uma empresa no Brasil exporta o produto ao México, mas a expectativa é credenciar mais quatro empresas que teriam condições de exportar ao país.
Carne suína
Outro assunto discutido foi a abertura de mercado para a carne suína que, mesmo com o estado de Santa Catarina livre de febre aftosa sem vacinação, não há autorização de exportação dessa carne para o México.
“Com isso, nós colocamos para eles que países com alto rigor sanitário, como Estados Unidos e Japão, reconheceram Santa Catarina como estado habilitado para exportar. Então, os mexicanos se prontificaram a fazer uma nova análise de risco para exportação de carne suína e pediram que nós enviássemos a análise de risco feita pelo Japão e Estados Unidos”, comentou o secretário.
Importação de feijão
Por outro lado, o México pediu que o processo para a importação de feijão preto pelo Brasil seja acelerado. “Esse processo já está em análise e nós vamos acelerá-lo. Como o Brasil eventualmente importa, nós ficamos de concluir a análise de risco”, disse Junqueira.
Delegação queniana
Na quinta-feira (31), Marcelo Junqueira, e o secretário-executivo, Gerardo Fontelles, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), receberam uma delegação queniana chefiada pela vice-ministra da Agricultura do Quênia, com a presença de parlamentares.
Entre os temas discutidos na reunião estavam as questões de biosegurança, com foco no Organismo Geneticamente Modificado (OGM). Segundo Junqueira, o OGM é uma tecnologia moderna com o intuito de aumentar a produção de grãos e atender uma demanda crescente por mais alimentos.
“O Quênia tem uma lei que proíbe a comercialização de OGM. Então, nós tentamos mostrar a eles os benefícios do OGM. Demos números do Brasil, mostrando que em algumas culturas, no caso da soja, por exemplo, mais de 90% da produção é geneticamente modificada. Para o milho, esse percentual já é quase 80% e no algodão ultrapassa 50%. Nos Estados Unidos e na Argentina, por exemplo, o OGM é adotado sem restrição”, afirmou Junqueira.
Além disso, o governo queniano pediu apoio ao governo brasileiro com relação a equipamentos e maquinários para a agricultura do país. “Eles agradeceram e informaram que nós já temos um acordo sobre o fornecimento de tratores ao país. Mas estimaram que o número de tratores aprovados ainda é aquém da necessidade. Segundo os parlamentares, apenas 30% da agricultura deles é realizada com maquinário moderno”, comentou Junqueira. “Com isso, o secretário-executivo prometeu avaliar e interceder junto ao governo brasileiro para apoiá-los nessa demanda”, completou.
Também foi apresentado aos quenianos detalhes sobre a política agrícola brasileira e os programas da área social da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de pesquisa e agricultura tropical da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Fonte:Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento