A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta segunda-feira (28), uma nota em que reitera sua posição sobre “a provável implantação do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas sobre as exportações brasileiras”. No documento, assinado por seu presidente, Ricardo Alban, a CNI reivindica a revogação e, até mesmo, a prorrogação por 90 dias do chamado ‘tarifaço’ e que a investigação aberta pelos Estados Unidos siga o processo formal.
Alban afirma que não existe qualquer justificativa econômica/comercial para o Brasil ter saído de uma posição do ‘piso’ de 10% para uma inexequível posição de ‘teto’ de 50%. “Queremos acreditar que tal situação não se deva única e exclusivamente a uma escalada de posições políticas e geopolíticas! O que, certamente, seria inaceitável para não só às relações comerciais, bem como para toda a sociedade brasileira e americana”, salientou na nota.
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Além disso, ele ressalta que o Brasil precisa "priorizar seus reais interesses, em nome do bem comum de todos e da verdadeira soberania de qualquer nação” e que o “que realmente importa é o que traz benefícios e entregas para seu povo”. Mais à frente, a nota se refere a outros países que estão negociando e buscando bons termos, independentemente de posições ideológicas e geopolíticas e pede pragmatismo nas discussões 'meramente técnicas', para manter-se como uma nação com 'boa relação internacional com todos'.
Para a CNI, se for mantida a posição de focar em esclarecer e desmistificar os equívocos, o Brasil não perderá 'qualquer conceito de soberania'. Alban afirma ainda que é preciso “não perder a razão e manter a postura de enfrentar os desafios de forma retilínea e com altivez de quem, efetivamente, quer o melhor para a sua sociedade”. E ressalta: “mesmo tendo que enfrentar situações adversas e ou provocativas”.
O presidente da CNI pontuou ainda que os industriais são contrários a qualquer escalonamento das discussões do comércio bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos e se colocam à disposição para os alinhamentos necessários ao processo de negociação. “O Brasil é da nação brasileira, composta por todos brasileiros e suas instituições. Esperamos o consenso e o bom-senso para o desfecho desse equívoco que é taxação de 50% sobre as exportações brasileiras”.