BRASÍLIA - O ministro dos Transportes, Paulo Passos, disse que seu ministério não tem assinado nenhum contrato com a empreiteira Delta desde que a empresa se viu envolvida nos escândalos de corrupção investigados pela CPI do Carlinhos Cachoeira. Nas últimas semanas, a Delta foi declarada vencedora em licitações realizadas por regionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “Isso não significa que os contratos foram celebrados com a empresa”, disse Passos, após participar de um evento de comemoração de 11 anos do Dnit, em Brasília.
Segundo o ministro, 60% dos contratos que a Delta detém com o Dnit vencem até dezembro. O Dnit é o maior cliente dos serviços prestados pela Delta. Atualmente, a construtora tem 99 contratos ativos com a autarquia, envolvendo serviços de duplicação, construção e manutenção de rodovias federais.
Juntos, esses contratos somam R$ 2,518 bilhões, dos quais R$ 1,410 já foram efetivamente pagos. Isso significa que ainda há mais de R$ 1 bilhão a receber, caso as obras continuem.
A relação da Delta com o Dnit envolve ainda outros 164 contratos já concluídos e encerrados. Entre 1996 e 2011, o Dnit desembolsou mais R$ 1,593 bilhão para a construtora.
Atualmente, há 19 contratos firmados com a empreiteira que estão paralisados. Destes, 16 estariam parados porque estão passando por alterações. Outros três, que tratam de obras de manutenção nas BR-304 e BR-116, no Ceará, estão congelados por conta da Operação Mão Dupla, deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2010, em conjunto com a Controladoria Geral da União.
À época, aos menos 27 pessoas ligadas ao Dnit foram detidas. A investigação apontava para um suposto esquema articulado dentro da regional do Dnit no Ceará, para fraudar licitações, superfaturar contratos e desviar verbas.
( Valor Econômico./André Borges)
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