A MMX, mineradora do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, fechou o primeiro trimestre do ano com prejuízo de R$ 55,2 milhões. O resultado reverteu lucro de R$ 49,3 milhões registrado pela empresa em igual período do ano passado. A empresa afirmou em relatório que o primeiro trimestre de 2012 ainda não tinha incorporado o efeito negativo do ajuste a valor presente dos royalties que serão pagos aos detentores de títulos de remuneração variável da companhia, papéis chamados de MMXM11.
Na mensagem aos acionistas e ao mercado, o diretor-presidente da MMX, Carlos Gonzalez, afirmou que a implementação da expansão de Serra Azul, em Minas Gerais, segue em ritmo menos acelerado até a obtenção de todas as licenças necessárias ao projeto. O objetivo da medida, como antecipou o Valor em abril, é preservar o caixa da companhia, que encerrou o trimestre em R$ 1,2 bilhão. A MMX aguarda a emissão, pelo órgão ambiental de Minas de Gerais, da licença ambiental da barragem de rejeitos de Serra Azul, projeto cujo investimento total é estimado em R$ 4,8 bilhões.
A MMX informou ainda que encerrou o primeiro trimestre do ano com dívida financeira total de R$ 3,12 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão de curto prazo e R$ 1,9 bilhão de longo prazo. O endividamento total se manteve praticamente estável em relação ao quarto trimestre de 2012, de R$ 3,11 bilhões. A empresa afirmou que o prazo médio da dívida em moeda estrangeira ficou em 23 meses no primeiro trimestre, enquanto o prazo médio da dívida em reais foi de 29 meses.
A receita líquida da companhia entre janeiro e março ficou em R$ 236,9 milhões, com alta de 49% na comparação com os R$ 159,2 milhões dos três primeiros meses de 2012. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou de R$ 10,9 milhões nos três primeiros meses do ano passado para R$ 3,1 milhões em igual período deste ano, uma queda de 71%.
A produção de minério de ferro da empresa totalizou 1,5 milhão de toneladas no primeiro trimestre de 2013, com queda de 1% sobre igual período do ano passado. A produção do sistema Sudeste da MMX sofreu o impacto negativo das chuvas, em janeiro, em Minas Gerais, informou a empresa. O sistema Sudeste da MMX produziu 1,3 milhão de toneladas de janeiro a março, com alta de 7% na comparação anual. O outro polo de produção da empresa, o sistema Corumbá, produziu 242 mil toneladas, com queda de 27% sobre o mesmo período de 2012. A companhia informou ainda que realizou a venda de 1,4 milhão de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre, com queda de 2% sobre o período janeiro-março de 2012. As exportações tiveram participação expressiva no total de vendas, aumentando sua fatia de 23% no quarto trimestre de 2012 para 71% no primeiro trimestre.
Fonte:Valor Econômico/Francisco Góes e Rafael Rosas | Do Rio
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