RIO - A MMX realizou esta semana o primeiro embarque de minério para a Wuhan Steel (Wisco), empresa chinesa que tem 21,52% de participação no capital da mineradora brasileira, 150 mil toneladas. A mineradora brasileira rebateu indicações de que esteja com dificuldades para embarcar o minério produzido na região da Serra Azul, em Minas Gerais, que hoje está a um ritmo anualizado de 7 milhões de toneladas.
"Não temos dificuldade nenhuma de embarque. Inclusive realizamos o primeiro embarque para a China, para a Wisco, pelo terminal da CSN. O navio saiu anteontem e o nosso contrato para o primeiro ano com a Wisco está cumprido", afirmou o presidente da MMX, Roger Downey, garantindo que a companhia não está comprando minério de terceiros para honrar contratos.
Segundo o executivo, o acordo com a Wisco engloba a entrega de até 17 milhões de toneladas por ano, volume que deve ser alcançado à medida que a produção da mineradora aumentar. A expectativa de Downey é de que a MMX atinja a produção de 33,7 milhões de toneladas por ano dentro de cinco anos, entregando metade do minério extraído para os chineses.
Downey também admitiu que deverá haver algum processo de consolidação na região de Serra Azul, que, além da MMX, tem outros mineradores importantes, como a Usiminas e a ArcelorMittal, além de inúmeros produtores menores. Para o presidente da MMX, não haverá obrigatoriamente aquisições e as alternativas ventiladas são cooperações ou joint ventures.
"Compramos dois ativos que eram de famílias independentes e demos primeiro passo de consolidação. Esse aqui é outro passo e a LLX é a grande alavanca para esse processo tomar mais embalo", disse, em referência ao Porto do Sudeste, cuja pedra fundamental foi lançada hoje, em cerimônia que contou com a presença do governador Sergio Cabral.
Downey não descartou nem mesma a possibilidade de uma proposta de aquisição ser feita aos acionistas da MMX: "O que compete a mim é buscar sinergias, cooperações. Se alguém quiser me levar, tem que conversar com meus acionistas. Se pagarem a eles o que eles querem. Meus acionistas é que decidem", disse.
O Porto do Sudeste será erguido em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro e terá capacidade inicial de embarcar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, com possibilidade de ampliação para 100 milhões de toneladas.
O empresário Eike Batista, controlador do Grupo EBX, ressaltou que o porto - construído e operado pela LLX - escoará toda a produção da MMX, além de servir para que outras mineradoras da região de Serra Azul embarquem sua produção. A previsão é de que a operação local comece em 2012.
"Hoje temos demanda e não temos capacidade no porto", frisou Batista. "A demanda por minério de ferro continua enorme e isso abre novos mercados para o Brasil", acrescentou, lembrando que a unidade deverá embarcar 50 milhões de toneladas anuais a partir de 2014.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas
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