O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou o empresário Germán Efromovich e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com o MPF, os supostos crimes envolveram contratos de construção de navios celebrados pela estatal com estaleiros dos irmãos Efromovich.
A acusação foi formalizada na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e abrange ilícitos que teriam sido praticados entre 2008 e 2014 no Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), estimados pelos investigadores em R$ 650 milhões.
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Na primeira fase do programa, em 2007, o estaleiro Mauá, dos irmãos Efromovich, venceu quatro licitações para construção de quarto navios de produtos. Um ano depois, quando Gérman Efromovich negociava a contratação direta do Estaleiro Ilha (Eisa), do mesmo grupo, para construção de quatro navios Panamax, Machado solicitou ao empresário o pagamento de propina de 2% sobre o valor dos contratos dos dois estaleiros.
Para realizar o pagamento das vantagens indevidas, segundo o MPF, Germán propôs negócios a Machado e inseriu o valor das propinas em cláusulas contratuais. O suposto esquema de corrupção se repetiu na segunda fase do Promef, quando o estaleiro Eisa celebrou novos contratos com a Transpetro, dessa vez para construção de oito navios de produtos, e Germán novamente propôs acordo para dissimular o repasse de propina a Machado.
O Eisa entregou apenas um dos 12 navios contratados, o que causou prejuízos à Transpetro de cerca de R$ 649,9 milhões, em razão de adiantamentos que foram feitos pela estatal, vencimento antecipado de financiamentos e dívidas trabalhistas, conforme narra a denúncia.
Fonte: Valor