Com um investimento de R$ 5,2 bilhões, previsão de produção de 700 mil toneladas de aço a partir de 2013 e meta de verticalizar, definitivamente, a cadeia mineral no Estado, a Siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa) começou nesta terça-feira (22) a se concretizar em território paraense. Cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram da solenidade em que foram iniciadas as obras de terraplanagem e drenagem da área onde será instalada a siderúrgica, na rodovia Transamazônica (BR-230), no município de Marabá, sudeste paraense.
O evento contou com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da governadora Ana Júlia Carepa, dos ministros Márcio Zimmermann, de Minas e Energia; Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Franklin Martins, de Comunicação Social, além do presidente da empresa Vale S.A., Roger Agnelli.
Moradores dos municípios de Itupiranga, Jacundá, Tucuruí, Brejo Grande do Araguaia, Eldorado do Carajás, Goianésia do Pará, São João do Araguaia e São Domingos do Araguaia também se deslocaram até Marabá para assistir ao início das obras.
Durante o evento, a governadora Ana Júlia Carepa entregou a Flávio Acatauassu, representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a licença ambiental para o início das obras de derrocamento dos pedrais de São Lourenço (área do rio Tocantins localizada na jurisdição do município de Itupiranga), fundamental para a viabilidade da Hidrovia Araguaia-Tocantins, que será aberta a partir da conclusão das eclusas de Tucuruí.
A obra também faz parte do complexo de infraestrutura planejado em torno da Alpa, além da abertura de ferrovia, desvio da Rodovia Transamazônica, revitalização do Distrito Industrial e construção do porto público de Marabá, totalizando investimentos de R$ 1,6 bilhão, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, da iniciativa privada e de contrapartida do governo do Estado.
Parque industrial - Como projeto estratégico ao desenvolvimento regional, a Alpa é bem recebida por todos os setores da economia na região de Carajás. Segundo Ítalo Ipojucam, empresário e diretor da área de projetos da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), o empreendimento siderúrgico abrirá o maior parque industrial da região Norte do Brasil. Para ele, a região já vinha sendo beneficiada com a abertura do Projeto Carajás há 20 anos, e se firmou nos segmentos do extratrivismo e serviços. Agora, disse o empresário, está tendo a oportunidade única de saltar para a industrialização.
Ítalo Ipojucam destacou ainda que a diversificação da cadeia mineral, com a abertura da Alpa, e os recursos hídricos e de energia elétrica mudarão o mapa da economia paraense, com um crescimento em torno de 18%. "Isso são cálculos iniciais, mas podemos ter ainda um valor mais acentuado, considerando o aparecimento de novas empresas que serão atraídas pelo empreendimento", acrescentou.
Significado histórico - Ian Corrêa, vice-presidente da Siderúrgica Norte Brasil S.A. (Sinobras), disse que a Alpa tem um significado especial e histórico, sobretudo para a geração de emprego e renda. Ele também enfatizou a importância da abertura do polo metal-mecânico e da parceria já firmada com a Vale S.A., por meio do projeto Aline, que vai industrializar o aço da Alpa, com investimento inicial de R$ 1,4 bilhões. "É um novo momento para o povo paraense. Eu parabenizo a governadora e o presidente pela obra. Estamos muito felizes por este momento", declarou.
Josenir Nascimento, secretário executivo da Federação dos Municípios do Pará (Famep) e da Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins (Amat-Carajás), frisou que a entrega da licença ambiental para o derrocamento dos pedrais de São Lourenço marcou o fim do discurso e deu início à conclusão da Hidrovia Araguaia-Tocantins. "Nós esperamos tanto por essa obra, e graças aos governos federal e estadual estamos presenciando este momento histórico", comentou.
Avanço - O início das obras da Alpa mobilizou centenas de moradores da região, que viajaram a manhã inteira para presenciar o evento. Para o prefeito de Eldorado do Carajás, Genival Diniz, a Alpa significa um avanço sem precedentes na história da região, com a oferta de empregos e possibilidades de crescimento em áreas como educação, saúde e habitação. "Esperamos e confiamos que a Alpa vai trazer mais qualidade de vida para região de Carajás", avaliou.
O prefeito de Brejo Grande do Araguaia, Geraldo Francisco de Morais, disse que a Alpa terá um impacto positivo em sua cidade, com a prestação de serviços, oferta de mão de obra e a comercialização de produtos agrícolas. "Já que Marabá será a sede dos trabalhos, nós queremos aproveitar o ensejo e vender nossos produtos. Já estamos nos preparando para esse novo momento", informou.
Ao se pronunciar, o presidente da Vale, Roger Agnelli, agradeceu aos governos estadual e federal, e destacou a geração de emprego e renda na região. Ele disse que acompanhará de perto o andamento das obras.
A Alpa será construída no Distrito Industrial de Marabá e terá capacidade de produção anual instalada de 2,5 milhões de toneladas de aço, sendo 700 mil já destinadas ao projeto Aline, em parceria com a empresa Aços Cearense. O empreendimento recebeu a licença ambiental no dia 31 de março deste ano, e a de instalação no dia 15 deste mês, o que possibilitou o início das obras de terraplanagem e drenagem do terreno. A Alpa deve gerar 16 mil empregos diretos na fase de implantação, e durante a operação 5.300 empregos diretos e 16 mil indiretos.
Fonte:Agência Pará/Secom/Marabá
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