A reunião extraordinária para abordar um possível corte da produção petrolífera da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de seus aliados, como a Rússia, prevista para esta segunda-feira, foi adiada para a próxima quinta-feira, informou o Ministério de Energia do Azerbaijão, neste sábado.
- A reunião foi adiada até o dia 9 - disse a porta-voz da pasta, Zamina Aliyeva, à AFP.-A Opep nos informou sobre o adiamento. Desconhecemos as razões-, acrescentou, referindo-se ao encontro, que deve acontecer por videoconferência por causa do avanço da pandemia de coronavírus.
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Três fontes da Opep, que pediram para não ser identificadas, disseram que a reunião virtual de emergência planejada para segunda-feira provavelmente será adiada para os dias 8 ou 9 de abril para dar mais tempo às negociações.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não se manifestou oficialmente, mas um fnrte próximo ao cartel disse anteriormente que parecia "provável que a reunião se realize no final da semana".
O adiamento da reunião ocorreu apesar da pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, paa que a Opep e seus aliados, um grupo conhecido como OPEP +, estabilizem de forma urgente os mercados mundiais de petróleo.
A OPEP + está trabalhando em um corte sem precedentes na produção equivalente a cerca de 10% da oferta mundial, ou 10 milhões de barris por dia, nos quais os Estados membros esperam que seja uma iniciativa global que inclua os Estados Unidos.
A Arábia Saudita, como líder do cartel, pediu uma "reunião urgente" da OPEP e de outros países produtores para chegar a um acordo que estabilize os preços do petróleo, que caíram para níveis nunca vistos em décadas devido à pandemia do COVID-19 e à guerra de preços entre russos e sauditas, que não chegaram a um acordo para fazer novos cortes na produção no mês passado.
Riad reduziu seus preços e aumentou sua produção diária para níveis recordes para sufocar o rival, causando abalo os mercados.
No entanto, Washington ainda não se comprometeu a uma possível participação no novo acordo, e o presidente russo Vladimir Putin culpou a Arábia Saudita na sexta-feira pelo colapso dos preços, provocando uma forte resposta de Riad no sábado.
"O ministro da Energia russo foi o primeiro a declarar à mídia que todos os países participantes foram absolvidos de seus compromissos a partir de 1º de abril, o que levou à decisão dos países de aumentar sua produção", afirmou o ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal SPA.
Na sexta-feira, durante uma videoconferência com autoridades do governo e chefes de grandes empresas petrolíferas russas, Putin disse que a principal razão para a queda nos preços foi o impacto na demanda causada pelo avanço do coronavírus.
- A segunda razão por trás do colapso dos preços é a retirada de nossos parceiros na Arábia Saudita do acordo da OPEP +, o aumento da produção e as informações divulgadas ao mesmo tempo sobre a disponibilidade de nossos parceiros para oferecer um desconto para o bruto - disse Putin.
Anteriormente, as fontes da Opep haviam minimizado a briga entre Moscou e Riad, garantindo que a atmosfera permanecia positiva, embora ainda não houvesse um rascunho de acordo ou pacto em detalhes como o nível de referência a partir do qual se fixariam os cortes no bombeamento.
- O primeiro problema é que precisamos reduzir o nível atual de produção, não voltar ao nível anterior à crise - disse uma das fontes da OPEP. - A segunda questão são os americanos, que precisam desempenhar um papel.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a paralisação da atividade econômica por causa da pandemia do novo coronavírus pode levar a demanda por petróleo no mundo despencar em até 20 milhões de barris diários.
Fonte: O Globo