Imagine o futuro do RN com um grande aeroporto multimodal funcionando em São Gonçalo do Amarante. Depois, pense em uma conexão ferroviária alimentando as cargas de um novo terminal portuário, quem sabe em Areia Branca, de onde caminhões pudessem entrar e sair, ganhando rapidamente as rodovias. Finalmente, vislumbre um terminal pesqueiro em Natal que servisse de base para a manutenção de centenas de embarcações locais e de outros países que realizam pesca oceânica.
Todas essas perspectivas e muitas outras foram lançadas ao público que lotou o auditório da Casa da Indústria, ontem, para assisitir ao último seminário de 2010 do ciclo “Motores do Desenvolvimento do RN”. O que foi dito pelos palestrantes e debatedores são cenários tão verdadeiros quanto o próprio desejo de ver tudo isso construído. Um desejo que começa a ganhar consistência.
O depoimento do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi, foi um exemplo. Ele discorreu longamente sobre as prioridades do Governo Federal na política de incremento das potencialidades do Nordeste – entre os quais projetos que tornam o RN em um estado estratégico para o desenvolvimento da região.
Repercutindo as palavras de abertura do presidente do sistema Fiern, Flávio Azevedo, que definiu como uma “aula sobre o Rio Grande do Norte”, o ministro falou com entusiasmo das perspectivas brasileiras para o futuro de curto e médio prazo. Rossi preconizou, por exemplo, que muito breve o RN será área livre de aftosa com vacinação. E previu que o caminho do fortalecimento da fruticultura passa – na lógica do governo Lula – pelo fortalecimento de crédito oficial à atividade.
Em muitos momentos, o Ministro externou seu desagrado quando dizem que o Brasil não preserva suas terras e produz alimentos com irresponsabilidade. “Quem diz isso não conhece o Brasil ou quer plantar idéias erradas para tirar vantagens comerciais naquilo que somos muito fortes – a produção de alimentos”.
Para Flávio Azevedo, presidente do sistema Fiern, o terceiro ano consecutivo do projeto “Motores do Desenvolvimento do RN” mostrou que é possível produzir um evento com alto grau de sensibilização política e ele é o “Motores” - como o evento passou a ser conhecido.
O fato do RN ter 94% de suas terras localizadas no semi-árido compôs a reflexão do presidente da Fiern e anfitrião do “Motores”.
Daí a importância, acrescentou Flávio, de trabalhar sempre no sentido de fixar o homem ao campo, buscando direcionar os interesses econômicos a projetos que fortaleçam o trabalho e a produção;ão rurais.
Quanto a atividades de pesca, Azevedo asseverou que a prioridade do momento é transformá-la em segmento da indústria por meio de um trabalho de formação profissional.
Para ele, são urgentes investimentos coordenados em educação e qualificação, já que são gargalos que não se resolvem de um dia para o outro.
O presidente do sistema Fiern lembrou,ainda, que o País tem uma grande costa a disposição mas, em matéria de pesca oceânica, utiliza apenas 25% se sua cota, quando uma nação infinitamente menor territorialment como a Islândia, por exemplo, possue a terceira maior frota pesqueira do planeta.
O presidente do sistema Fecomercio, Marcelo Queiroz, fez um pronunciamento enxuto, mas denso, referindo-se a importância do “Motores”em seu papel de dar ressonância aos grandes problemas estratégicos do RN.
O governador Ibere Ferreira de Souza saudou com alegria o fato de um seminário reportar-se a questões tão importantes como o agronegócio e a pesca. “Nem sempre foi assim, já houve um tempo em que a agricultura e a pesca eram vistos como questões menores dentro da economia potiguar”, salientou Ibere.
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Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal / Marcelo Hollanda