CURITIBA – O Paraná deve colher 14,67 milhões de toneladas de soja, uma safra recorde. Esse total representa um aumento de 730 mil toneladas em relação à expectativa do mês passado, quando se projetava uma safra de 13,94 milhões de toneladas.
De acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, a produtividade também é superior às anteriores: a média passou de 3.190 quilos por hectare no ano passado para 3.260 quilos por hectare neste ano. Em relação à safra passada (2009/2010) o crescimento da produção é de 5%. No ano passado foram colhidos 13,92 milhões de toneladas do grão.
De acordo com o diretor do Deral, Otmar Hubner, quando a cultura começou a ser colhida, nos meses de janeiro e fevereiro, havia uma preocupação devido ao excesso de chuvas, mas as condições melhoraram nos últimos dias.
A agrônoma Margorete Demarchi disse que, nos últimos três anos, o Paraná tem mantido a média no volume de exportação do grão, em torno de 45% do que é produzido no estado.
No Porto de Paranaguá, por onde a soja é exportada, a emissão de senhas para caminhões carregados, que chegou a ser suspensa nos dias de chuva, está normalizada. O Carga Online faz o gerenciamento do fluxo logístico dos veículos até o porto, estabelecendo cotas diárias de recebimento de caminhões e vagões para cada terminal/operador, dimensionando os fluxos e diminuindo as filas. As cargas só são liberadas para irem ao porto quando existe local disponível em armazém para receber o produto e navio para receber a carga.
Com o tempo bom, o corredor de exportação do porto paranaense opera em capacidade plena e consegue escoar até 100 mil toneladas por dia. Dos grãos que chegam a Paranaguá, 70% são transportados por caminhão e 27% por trem. Há ainda 3% de graneis líquidos, transportados via oleoduto.
Em época de colheita é comum encontrar nas beiras das rodovias grãos de soja que caem dos caminhões. O pesquisador da Embrapa Soja José de Barros França cita um estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que mostra que o prejuízo para o país, em cada safra, causado pela perda de grãos durante o transporte por caminhões, chega a R$ 2,7 bilhões, o que equivale a 10 milhões de toneladas de grãos perdidos. Segundo o pesquisador, as perdas acontecem devido ao péssimo estado de conservação das estradas, à frota de transporte envelhecida e com péssima conservação, além do excesso de cargas por viagem.
“Em uma safra de 147 milhões de toneladas, cada 1% perdido representa R$ 500 milhões em prejuízos”, disse França à Agência Brasil, lembrando que 60% da movimentação de grãos no Brasil ocorre por meio de rodovias. Segundo o pesquisador, seria importante aumentar os investimentos em ferrovias e hidrovias.
Finbte: DCI/Agência Brasil
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