Atividade do Complexo Petroquímico vai mais do que dobrar em relação à previsão inicial
Rio - A Petrobras anunciou ontem mudanças no projeto básico do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj). Com a revisão, a capacidade de refino da unidade vai mais do que dobrar em relação à previsão inicial e a produção de matéria- prima para a indústria de plástico ficará para uma segunda etapa. A prioridade será dada aos combustíveis, principalmente o diesel. As alterações estão em plano de investimentos no valor total de US$ 224 bilhões (R$ 397 bilhões) até 2014, que será executado pela estatal no País e no exterior.
Segundo o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, a demanda crescente por combustíveis, tanto internamente quanto no exterior, justifica a projeção de aumento da produção. Só no Comperj, serão refinados 165 mil barris de petróleo por dia, contra uma previsão de 150 mil anteriormente. Apenas após 2014, o complexo passará a produzir produtos pretroquímicos, atingindo uma capacidade total de refino de 330 mil barris por dia.
“Não vislumbramos nenhum risco de inexistência de mercado para a produção crescente de petróleo. Ao contrário, haverá um desafio de crescer a produção para atender à demanda”, afirmou Gabrielli, que prevê maior procura por parte da China e da Índia no mercado internacional.
REFINARIA PREMIUM
Além do Comperj, nos próximos anos, entram em operação refinarias da Petrobras no Maranhão (Premium I) e em Pernambuco (Abreu e Lima). Com a reformulação, a do Comperj passa a ser considerada Premium.
Toda a etapa de refino, transporte e comercialização de derivados receberá 30% dos investimentos até 2014. Segundo a estatal, além do aumento na capacidade, haverá aplicação em melhoria de qualidade. A empresa quer reduzir o nível de enxofre presente nos produtos, com o objetivo de baixar danos ao meio ambiente e à saúde.
A segunda etapa do Comperj está em negociação com a Braskem, parceira da Petrobras no empreendimento. Segundo especialistas, o custo menor da produção por meio do gás dificulta o acordo.
Extração terá prioridade nos investimentos
A maior parte dos investimentos da Petrobras nos próximos anos será destinada à exploração e produção de petróleo. Para atingir suas metas, serão gastos US$ 118,8 bilhões (R$ 210 bilhões) nessa atividade. Do total, US$ 75 bilhões (R$ 133 bilhões) serão para extração no pós-sal, reservatórios mais próximos da costa e em menor profundidade do que os da camada do pré-sal.
José Sérgio Gabrielli ressaltou que no plano não estão incluídos gastos com a exploração em áreas ainda não licitadas. Por essas projeções, em 2014, a extração no pré-sal chegaria a 241 mil barris por dia e, em 2020, a cerca de 1 milhão. No total, no País, seriam produzidos cerca 3 milhões daqui a quatro anos e quase 4 milhões daqui a 10 anos. Os números serão elevados com os novos contratos, após a votação no Congresso.
Para aumentar a produção, a Petrobras vai comprar 26 sondas de perfuração, 465 barcos de apoio 53 plataformas, com participação de 67% da indústria nacional.
Fonte: O Dia/MICHEL ALECRIM
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