A revisão do acordo entre a Petrobras e governo federal em relação à cessão onerosa do pré-sal deve sair "idealmente" até o fim deste ano, disse ontem Pedro Parente, presidente da estatal, em evento realizado em Nova York. Essas negociações vão definir se a companhia é, afinal, credora ou devedora da União.
A intenção inicial, segundo o executivo da estatal, era de contratar uma consultoria internacional para avaliar o valor que empresa tem - ou não tem - a receber do excedente aos 5 bilhões de barris de óleo equivalente. O governo desenhou sete possíveis cenários e, em cinco deles, a Petrobras teria direito a receber.
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O assunto da cessão onerosa chegou a ser discutido com o secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, no evento, organizado pelo Bradesco BBI. "Existe a visão das duas partes de quanto antes essa questão for concluída, melhor", disse.
Parente também destacou, sobre potenciais vendas de refinarias, que a companhia está revisando o modelo, mas não considera alienar totalmente os ativos. O que estatal pretende é buscar sócios para essa área. "Queremos encontrar parceiros que nos ajudem a consolidar a política de preços [de combustíveis]", disse.
A empresa segue em tratativas com a China National Petroleum Company (CNPC) sobre a possibilidade de parceria para concluir as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), afirmou o executivo. Ele informou que deve se encontrar com o presidente da empresa chinesa para discutir o assunto, já que a participação a ser vendida e como essa sociedade será formada ainda precisam ser definidos.
Incluída no plano de desinvestimentos, a Oil&Gas, da Nigéria, deve divulgar o chamado "teaser" - anúncio de fase de oportunidade - em breve, acrescentou Parente. O programa de venda de ativos da estatal prevê obter US$ 21 bilhões entre 2017 e 2018.
Fonte: Valor