RIO - A Petrobras contratou duas empresas independentes especializadas para investigar as denúncias de corrupção feitas pelo ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa, na operação “Lava Jato” da Polícia Federal, informou nesta segunda-feira a estatal. A petroleira também afirmou que “já está trabalhando nas medidas jurídicas adequadas” para o ressarcimento dos supostos recursos desviados.
“Em 24 e 25 de outubro, a Petrobras assinou contratos com duas empresas independentes especializadas em investigação, uma brasileira e outra americana, com o objetivo de apurar a natureza, extensão e impacto das ações que porventura tenham sido cometidas no contexto das alegações feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto material sobre os negócios da companhia”, afirmou a Petrobras, em comunicado enviado ao mercado.
Segundo a petroleira, a contratação dessas empresas foi aprovada pela diretoria executiva da companhia e atende as normas regulatórias da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Securities and Exchange Commission (SEC).
Além de já estar trabalhando em medidas jurídicas para o ressarcimento dos supostos recursos desviados, a Petrobras informou que buscará a recuperação de eventuais valores decorrentes de sobrepreços derivados das empresas supostamente participantes do cartel mencionado no depoimento de Paulo Roberto Costa, e dos danos causados à imagem da petroleira. “A companhia reitera que vem acompanhando as investigações e colaborando efetivamente com os trabalhos das autoridades públicas, conforme reconhece o Poder Judiciário”, acrescentou a empresa.
A Petrobras explicou ainda que, com autorização da Justiça, teve acesso oficial ao inteiro teor dos depoimentos do ex-diretor da estatal e que tem utilizado o material para subsidiar suas comissões internas de apuração. A companhia esclareceu que esses depoimentos não são aqueles prestados no âmbito da delação premiada, que ainda estão sob segredo de Justiça.
A companhia, contudo, já solicitou à Justiça o acesso ao conteúdo da delação premiada.
Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito
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