O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta sexta-feira que a companhia está revisando o seu plano estratégico, e espera divulgar ao mercado a nova estratégia em novembro. Ele destacou que o plano terá foco “muito grande” na redução de custos.
“Queremos cobrir o gap [a distância] que nos separa de nossos peers [pares globais]”, disse em teleconferência com analistas para comentar o desempenho recorde da empresa no segundo trimestre, anunciado ontem.
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Castello Branco afirmou, ainda, que o programa de desinvestimentos da companhia já está praticamente fechado.
“Internamente já temos fechado o plano de desinvestimentos. Agora é a fase de estruturação e execução dos vários projetos”, comentou.
A diretora de finanças e relacionamento com investidores da Petrobras, Andrea de Almeida, disse que não espera ver “grandes mudanças” nos investimentos previstos no novo plano de negócios da empresa.
“Nós vamos rever os números. Estamos fazendo isso agora. Não esperamos grandes mudanças”, afirmou ela, também durante a teleconferência com analistas.
Ontem, a estatal anunciou uma redução na meta de investimentos para 2019, dos US$ 16 bilhões inicialmente previstos para entre US$ 10 bilhões e US$ 11 bilhões.
Refinarias
O presidente da Petrobras disse que a empresa assumiu o compromisso, junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de vender oito refinarias até o fim de 2021. Segundo ele, contudo, a meta é acelerar esse desinvestimento.
Ele acrescentou que não vê um “impedimento sério” para a venda desses ativos.
A Petrobras já iniciou a fase de recebimento de propostas não vinculantes para quatro das oito refinarias incluídas no termo de compromisso com o Cade. A ideia é divulgar os teasers (alerta de venda) da segunda leva de refinarias em setembro.
A diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, afirmou que as refinarias colocadas à venda pela companhia têm despertado o interesse de empresas de diferentes perfis. Segundo ela, a petroleira espera concorrência por todas as unidades do pacote de desinvestimentos.
“O que temos visto de interesse nas nossas refinarias são companhias tradings, distribuidoras locais e algumas petroleiras internacionais. E esperamos uma grande disputa”, disse a executiva. “Esperamos ser muito bem-sucedidos nas vendas”, completou.
Castello Branco disse que o preço será uma variável importante na decisão da venda das refinarias. “Nós não fomos forçados a vender. Foi uma estratégia da companhia. Então, preço [de venda] é importante”, afirmou.
O presidente da Petrobras disse ainda que a Transpetro não está na carteira de desinvestimentos da companhia.
“A Transpetro não está na mesa. Foi a única subsidiária nossa criada por lei, o que exige a inclusão dela no programa de desestatização, o que é complexo”, afirmou Castello Branco.
Anelise, da diretoria de refino e gás natural, lembrou que a Petrobras está vendendo a infraestrutura logística associada às oito refinarias incluídas no programa de desinvestimentos.
“Nesse sentido, vamos ter uma Transpetro formada na parte [logística] que vai ficar conosco após esse processo de desinvestimento [de refinarias]. Nós vamos nos concentrar na região de São Paulo. Vamos ficar com as cinco refinarias de Rio e São Paulo e a logística dessas refinarias do Sudeste”, comentou Anelise.
Fonte: Valor