A Petrobras não vai atingir a meta de produção de petróleo no país este ano. O patamar estipulado pela empresa era de 2,1 milhões de barris de óleo por dia no fim do ano e o volume produzido deverá ficar entre 2% e 3% abaixo disso.
A estimativa foi feita ontem pelo gerente executivo de exploração e produção do Sul e Sudeste, José Antônio de Figueiredo, que explicou que o resultado abaixo da meta não foi fruto de um evento específico, mas do desempenho dos variados locais de produção da companhia no país.
"A gente lida com perfuração de poços, construção de plataformas, restrições ambientais, necessidades de paradas programadas de plataformas. Ficar com margem de erro de 2% a 3% é bom para uma indústria que lida com tantas incertezas", disse Figueiredo. Em agosto, a produção média diária de óleo e líquido de gás natural (LGN) foi de 2,022 milhões de barris.
E se a estatal lamenta a meta não alcançada, em outra frente comemora a antecipação de dois meses na entrega da P-57, plataforma que será batizada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Angra dos Reis, no sul do Estado do Rio de Janeiro. Ao custo de US$ 1,2 bilhão, a unidade terá capacidade de produzir até 180 mil barris de óleo por dia e será instalada no campo de Jubarte, na bacia de Campos. A unidade vai ser a maior a operar no Espírito Santo e terá capacidade de processamento de até 300 mil barris diários de líquidos - o que inclui óleo da água - a maior entre as plataformas brasileiras.
A P-57 será o primeiro passo para que a estatal produza, em 2015, 500 mil barris diários no Espírito Santo. No fim de 2010 o atual volume de produção no Estado deverá saltar dos atuais 200 mil barris diários para 230 mil barris/dia.
O gerente executivo de engenharia da Petrobras, Pedro José Barusco Filho, afirmou que a indústria brasileira já consegue acompanhar os custos de construção do exterior. Segundo ele, a antecipação da P-57 foi conseguida mesmo com o reinício da licitação, o que ajudou a reduzir o custo, então estimado em US$ 2 bilhões. Para as próximas unidades, a expectativa é de preços ainda menores.
"Para a P-58 e a P-62, que terão capacidade maior, já temos custos um pouco mais baixos. Cruzamos a barreira do custo internacional", disse Barusco. O gerente executivo frisou que a empresa recebeu seis propostas diferentes para a construção da P-58 e da P-62. Para essas unidades, já foram iniciadas as obras para conversão dos navios, em Cingapura, mesmo país onde foi convertido o casco da P-57.
"Fizemos a conversão fora porque não tínhamos locais para fazer no Brasil", ponderou Barusco, acrescentando que a conversão no Brasil ficará mais fácil com a entrada em operação do estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras por 20 anos e que deverá começar a operar em seis meses.
Com o arrendamento e a conversão de navios no Brasil, Barusco estima que o conteúdo nacional da construção das plataformas poderá subir 10 pontos percentuais, para a média de 78%.
O gerente executivo de engenharia revelou ainda que a estatal deverá abrir, no dia 3 de novembro, as propostas dos interessados em construir 28 sondas de perfuração no país. Barusco explicou que o atraso na licitação aconteceu porque a Petrobras decidiu exigir dos concorrentes as licenças de instalação dos estaleiros ainda não construídos, para evitar atrasos maiores.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas | Do Rio
PUBLICIDADE