A Petrobras ainda não informou ao mercado que ativos vai colocar à venda para se capitalizar. Um dos sócios da estatal, que tem acordo prevendo o direito de preferência no caso de venda, disse ontem que ainda não foi informado de nenhuma negociação por parte da petroleira.
"Quando ela [a estatal] receber alguma oferta terei de ser notificado para informar se tenho interesse ou não, e nada foi dito ainda", informou a fonte em entrevista ao Valor no qual pediu para não ter seu nome revelado.
Segundo outra fonte ouvida, a japonesa Mitsui, que controla a Gaspart (empresa que tem participação em sete distribuidoras estaduais de gás), teria manifestado interesse nas ações da Gaspetro nessas empresas. Em 2005 a Mitsui pagou US$ 250 milhões à Enron pela Gaspart, entrando por meio dessa operação no capital de sete distribuidoras: PBGás (Paraíba), Algás (Alagoas), Copergás (Pernambuco), Sergás (Sergipe), Bahiagás (Bahia), SCGás (SC) e Compagás (PR).
No ano passado, a Mitsui voltou às compras e a Gaspart comprou a Cegás (CE). Ainda segundo fontes do mercado de gás natural, a Cosan e a espanhola Gas Natural Fenosa (GNF) seriam outras potenciais interessadas nos ativos de distribuição de gás da Petrobras. As duas companhias estão presentes hoje nas duas principais concessionárias de gás canalizado do país: a Comgás (controlada pela Cosan) e a CEG (controlada pela Gas Natural Fenosa). Elas sinalizaram recentemente que estão dispostas a ampliar suas presenças no país.
A espanhola assinou no ano passado um acordo com a Cemig para constituição de uma joint venture, a Gás Natural do Brasil (GNB), que consolidaria os investimentos das duas companhias no segmento de distribuição: a Gasmig, controlada pela estatal mineira; e a CEG, CEG Rio e Gas Natural São Paulo Sul, sob o controle da GNF. A associação recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas as conversas esfriaram desde a mudança de comando no governo de Minas Gerais e das estatais Gasmig e Cemig, na virada do ano.
Já a Cosan, que adquiriu em 2012 a fatia de 60,1% da britânica BG na Comgás por R$ 3,4 bilhões, anunciou no ano passado a intenção de expandir sua atuação no segmento de distribuição. A empresa chegou a anunciar a segregação do negócio e a criação da empresa Distribuição de Gás Participações, que controlaria a Comgás e ficaria responsável por eventuais investimentos futuros no segmento. Este ano, contudo, a empresa optou pelo adiamento do projeto.
Sobre os outros ativos à venda pela Petrobras, ainda não está claro o tamanho do apetite dos potenciais compradores. A estatal informou, no início deste mês, que pretende vender ativos avaliados em US$ 13,7 bilhões, sendo 30% desse valor referente a áreas de exploração e produção no Brasil e exterior. Outros 30% virão da área de abastecimento e refino e 40% da área de Gás e Energia.
Sempre mencionada pelo mercado como um dos ativos mais atraentes, a BR Distribuidora, braço da Petrobras na distribuição de combustíveis, não faz parte de nenhuma das áreas de negócios mencionadas no fato relevante. Tomando-se como base o preço de aquisição dos ativos da Ipiranga - adquiridos pela Petrobras, Ultra e Braskem por US$ 4 bilhões em 2007 - a Petrobras poderia obter de R$ 7 bilhões a R$ 15 bilhões dependendo do tamanho da participação definida para venda - no caso os valores consideram nacos de 30% a 50% do capital da distribuidora. Posteriormente, os ativos da Ipiranga foram separados entre os sócios.
Vender participação em campos que já produzem petróleo também pode ajudar. Mas desde que a Petrobras ofereça ativos que interessem a empresas de maior porte que tenham cacife para pagar valores importantes. Exemplos disso seriam os campos de Marlim ou Roncador, gigantes descobertos no pós-sal da Bacia de Campos. Lincoln Guardado, presidente da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), disse que tem interesse nos ativos, mas garantiu ter tomado conhecimento da venda apenas pela imprensa.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e André Ramalho | Do Rio
A Petrobras ainda não informou ao mercado que ativos vai colocar à venda para se capitalizar. Um dos sócios da estatal, que tem acordo prevendo o direito de preferência no caso de venda, disse ontem que ainda não foi informado de nenhuma negociação por parte da petroleira.
"Quando ela [a estatal] receber alguma oferta terei de ser notificado para informar se tenho interesse ou não, e nada foi dito ainda", informou a fonte em entrevista ao Valor no qual pediu para não ter seu nome revelado.
Segundo outra fonte ouvida, a japonesa Mitsui, que controla a Gaspart (empresa que tem participação em sete distribuidoras estaduais de gás), teria manifestado interesse nas ações da Gaspetro nessas empresas. Em 2005 a Mitsui pagou US$ 250 milhões à Enron pela Gaspart, entrando por meio dessa operação no capital de sete distribuidoras: PBGás (Paraíba), Algás (Alagoas), Copergás (Pernambuco), Sergás (Sergipe), Bahiagás (Bahia), SCGás (SC) e Compagás (PR).
No ano passado, a Mitsui voltou às compras e a Gaspart comprou a Cegás (CE). Ainda segundo fontes do mercado de gás natural, a Cosan e a espanhola Gas Natural Fenosa (GNF) seriam outras potenciais interessadas nos ativos de distribuição de gás da Petrobras. As duas companhias estão presentes hoje nas duas principais concessionárias de gás canalizado do país: a Comgás (controlada pela Cosan) e a CEG (controlada pela Gas Natural Fenosa). Elas sinalizaram recentemente que estão dispostas a ampliar suas presenças no país.
A espanhola assinou no ano passado um acordo com a Cemig para constituição de uma joint venture, a Gás Natural do Brasil (GNB), que consolidaria os investimentos das duas companhias no segmento de distribuição: a Gasmig, controlada pela estatal mineira; e a CEG, CEG Rio e Gas Natural São Paulo Sul, sob o controle da GNF. A associação recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas as conversas esfriaram desde a mudança de comando no governo de Minas Gerais e das estatais Gasmig e Cemig, na virada do ano.
Já a Cosan, que adquiriu em 2012 a fatia de 60,1% da britânica BG na Comgás por R$ 3,4 bilhões, anunciou no ano passado a intenção de expandir sua atuação no segmento de distribuição. A empresa chegou a anunciar a segregação do negócio e a criação da empresa Distribuição de Gás Participações, que controlaria a Comgás e ficaria responsável por eventuais investimentos futuros no segmento. Este ano, contudo, a empresa optou pelo adiamento do projeto.
Sobre os outros ativos à venda pela Petrobras, ainda não está claro o tamanho do apetite dos potenciais compradores. A estatal informou, no início deste mês, que pretende vender ativos avaliados em US$ 13,7 bilhões, sendo 30% desse valor referente a áreas de exploração e produção no Brasil e exterior. Outros 30% virão da área de abastecimento e refino e 40% da área de Gás e Energia.
Sempre mencionada pelo mercado como um dos ativos mais atraentes, a BR Distribuidora, braço da Petrobras na distribuição de combustíveis, não faz parte de nenhuma das áreas de negócios mencionadas no fato relevante. Tomando-se como base o preço de aquisição dos ativos da Ipiranga - adquiridos pela Petrobras, Ultra e Braskem por US$ 4 bilhões em 2007 - a Petrobras poderia obter de R$ 7 bilhões a R$ 15 bilhões dependendo do tamanho da participação definida para venda - no caso os valores consideram nacos de 30% a 50% do capital da distribuidora. Posteriormente, os ativos da Ipiranga foram separados entre os sócios.
Vender participação em campos que já produzem petróleo também pode ajudar. Mas desde que a Petrobras ofereça ativos que interessem a empresas de maior porte que tenham cacife para pagar valores importantes. Exemplos disso seriam os campos de Marlim ou Roncador, gigantes descobertos no pós-sal da Bacia de Campos. Lincoln Guardado, presidente da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), disse que tem interesse nos ativos, mas garantiu ter tomado conhecimento da venda apenas pela imprensa.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e André Ramalho | Do Rio
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