A Petrobras pode avaliar a antecipação de projetos, caso o preço do petróleo continue acima das estimativas da companhia, segundo o diretor executivo de exploração e produção da estatal, Carlos Alberto Pereira de Oliveira.
“Precisamos checar a viabilidade disso e a capacidade dos fornecedores”, disse o executivo em teleconferência com analistas na manhã de hoje, para comentar o balanço anual da estatal, publicado ontem.
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Nas últimas semanas, os preços do petróleo no mercado internacional, na referência Brent, superaram a barreira dos U$S 60 por barril e alcançaram os maiores valores em um ano.
Oliveira, no entanto, destacou que mesmo com a alta de preços a estatal vai continuar a aprovar apenas projetos que sejam rentáveis, ao preço de barril abaixo de US$ 35. “Sempre conferimos para que os projetos sejam resilientes a esse preço”, disse o executivo.
Aumento de produção e pré-sal
A Petrobras registrou aumento de produção de 5% em janeiro de 2021 em relação à média do quarto trimestre de 2020, de acordo com Oliveira.
Segundo o diretor, o aumento referente ao mês passado está relacionado ao menor número de paradas de manutenção programadas para as plataformas.
Ao todo, a Petrobras produziu 2,63 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) de petróleo e gás natural no Brasil durante o quarto trimestre de 2020. No ano passado, a petroleira produziu 2,84 milhões de boe/dia, volume recorde. “Os recordes de produção estão sustentados em carteira de ativos com mais projetos de pré-sal”, disse.
Para o ano de 2021, a empresa tem como meta produzir uma média de 2,72 milhões de boe/dia.
Segundo o executivo, o objetivo leva em consideração o programa de venda de ativos em curso, além da finalização até setembro do acordo de coparticipação em negociação com as estatais chinesas CNODC e CNOOC para os volumes excedentes do campo de Búzios, na Bacia de Santos. As companhias adquiriram 5% de participação, cada, no projeto durante o leilão dos excedentes da cessão onerosa, em 2019.
Foz do Amazonas
A Petrobras espera perfurar três poços de exploração na região do Foz do Amazonas até 2025, disse o diretor.
Sobre os desinvestimentos, o executivo afirmou que as vendas de ativos como Marlim e Albacora, no pós-sal da Bacia de Campos, não estão previstas para serem concluídas este ano e, portanto, não impactarão a meta de produção para 2021.
Oliveira comentou também sobre a reversão de R$ 31 bilhões na baixa contábil pela perda do valor recuperável de seus ativos (“impairment”) que a empresa contabilizou no balanço do quatro trimestre de 2020. Segundo ele, a reversão é “meramente contábil”, sem impacto sobre a produção.
A maior parte da reversão, segundo ele, está atrelada a ativos do pós-sal da Bacia de Campos.
Fonte: Valor