Em campanha para listar possíveis fornecedores de serviços para a Refinaria Premium II há cerca de dois anos, a Petrobras conta apenas com 68 empresas devidamente cadastradas para a função em seu sistema, o qual contabiliza 32 empresas com documentação pendente e outras 657 apenas com o nome na lista de intenções para trabalhar com a petrolífera brasileira, mas que nunca preparam a documentação e se adequaram aos pré-requisitos exigidos.
"Essa é a nossa preocupação. A nossa equipe já entrou em contato com esse pessoal, mostrou as vantagens, fez o corpo a corpo, mas ainda não surtiu o efeito desejado", contou o analista de implantação de energia da Premium II, Daniel Pordeus.
Apesar da dificuldade declarada e admitida pelos grandes empreendimentos de conseguir fornecedores e parceiros para serviços mais específicos e que necessitam de mão de obra com qualificação maior, eles lamentam da falta de interesse até dos pequenos empresários.
Parcerias não captam
Durante reunião do Pacto pelo Pecém, o gerente de Negócios da Premium II, Raimundo Lutif, contou dos esforços para captar novos fornecedores junto a órgãos como a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), o que, como os números apontam, não tem surtido o efeito.
Eventos com sindicatos patronais de determinados setores - como o metal-mecânico - são promovidos pela petrolífera estatal desde 2010, segundo o gerente de Negócios, na tentativa de angariar esse pessoal. "Mas o que acontece é que num setor que tem mil pessoas, todos são convidados, mas apenas 100 respondem que vão e apenas 60 comparecem de verdade", exemplifica Pordeus.
Lutif ainda contou da dificuldade até de conseguir fornecedores menores, como os que trabalham com alimentação. "Aqui no Pecém tivemos que recorrer a uma parceria com o Sebrae para que os restaurantes usados por nós pudessem emitir nota fiscal eletrônica, pois a Petrobras exige a nota", contou.
Terreno gerará interesse
A expectativa dos dois funcionários da refinaria Premium II é de que os empresários cearenses só despertem para as oportunidades geradas pelo empreendimento a ser instalado no Estado só depois de o terreno do empreendimento ser liberado, o qual ainda não tem data certa, pois ainda aguarda documento da Fundação Nacional do Índio (Funai) para tal.
Contingente
657 empresas têm o nome na lista da Petrobras, mas nunca preparam a documentação e se adequaram aos pré-requisitos exigidos.
Fonte: Diário do Nordeste
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