A Petrobras espera convocar ainda no mês de junho uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre o processo de capitalização. O diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, evitou apontar uma alternativa à participação do governo caso a cessão onerosa não seja aprovada em tempo hábil no Congresso, mas garantiu que o plano da estatal é realizar uma operação que mantenha a proporção de ações ordinárias (com direito a voto) e preferenciais (sem voto) no capital.
"Não tenho informações sobre como o governo vai participar. Pode participar com dinheiro ou títulos públicos, o que para nós é indiferente", afirmou Barbassa, destacando que o caixa da empresa, que fechou o primeiro trimestre em R$ 29 bilhões, é aplicado em títulos do governo federal.
O diretor comentou que o trâmite da proposta de cessão onerosa no Congresso independe da ação da companhia, mas se mostrou otimista em relação à votação no dia 25, conforme previsto. Caso essa expectativa se concretize, haverá tempo para a convocação da assembleia de acionistas ainda em junho, já com a questão da cessão onerosa definida.
Barbassa reafirmou que o processo de capitalização deve acontecer até julho mesmo sem a aprovação da cessão onerosa, que, segundo ele, não deverá se alongar no Congresso. "Não vejo possibilidade de não ser votada agora. Está em regime de urgência, trancando a pauta do Senado", ponderou.
A Petrobras anunciou a intenção de fazer uma capitalização em agosto. A operação se tornou obrigatória para a companhia após ao aumento do plano de investimentos, em março. No período de 2010 a 2014, a empresa deve investir de US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões, valores que são de 15% a 26% superiores ao previsto anteriormente.
Fonte: Valor Econômico/ Rafael Rosas, do Rio
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