Estava quase dado como certo o descarte da parceria entre Petrobras e PDVSA para a construção da Refinaria Abreu e Lima, mas a estatal venezuelana ressurgiu das cinzas. Em matéria publicada ontem no jornal Valor Econômico, o ministro da Energia venezuelano, Rafael Ramírez, assegura que, até o mês que vem, serão aportados os primeiros US$ 480 milhões em recursos estrangeiros. A injeção será possível porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu aceitar como garantia as cartas de fiança com prazo de cinco anos, quando a exigência era de 20 anos. Os brasileiros evitam comentar o assunto.
“Não mudou nada para a gente até agora e continuamos aguardando as garantias da PDVSA. Não daremos nenhuma declaração até termos um posicionamento oficial do BNDES”, disse o presidente da Refinaria Abreu e Lima, Marcelino Guedes. Ao ser questionado pela Folha de Pernambuco se a chance da entrada de capital venezuelano chegava a surpreender, já que não se esperava mais pela sociedade, o silêncio foi reforçado. “Só tratamos de fatos verdadeiros e não avaliaremos nada sobre hipótese”, rebateu. Em nota, a Petrobras salientou que não iria se pronunciar.
A PDVSA tem participação de 40% no empreendimento, com previsão de iniciar a operação em 2013 e até agora não recebeu um centavo da estatal venezuelana. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lobão, admitiu que o Brasil poderia erguer a Refinaria. A empresa da Venezuela quis dar sua filial como garantia, apesar de ter patrimônio suficiente para honrar o empréstimo, mas o BNDES não aceitou. Mas, o banco estaria disposto a diminuir o tempo de garantia das cartas de fiança. Orçada em US$ 12 bilhões, a Refinaria terá capacidade para processar 230 mil barris de petróleo por dia.
Fonte: Folha de Pernambuco(PE)
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