Enquanto avança na operação da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BR Distribuidora, a Petrobras desenha um plano de negócios para a distribuidora. Estão previstos investimentos de R$ 2,5 bilhões, a maior parte (54%) na área de operações e logística da distribuidora. O foco é torná-la mais enxuta e ao mesmo tempo expandir a rede de postos, lojas de conveniência e a área de lubrificantes.
A expectativa é que o IPO seja realizado ainda neste ano. Só após o "road show" com investidores a Petrobras deve anunciar o percentual de ações que será oferecido ao mercado, entre 25% e 40% do capital. A opção da estatal por manter o controle acionário absoluto de sua subsidiária suscita dúvidas em relação ao valor que o investidor se disporá a pagar.
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Tanto pode ser um prêmio, se apostar nas eficiências operacionais que a companhia ainda pode capturar e por sua posição de liderança no mercado, como um desconto, pelo risco da ingerência política da parte de sua controladora. O mercado estima que ela possa ser negociada a múltiplos que iriam de 8 a 15 vezes o valor total da empresa/ebitda, o que a faria valer de R$ 25 bilhões a R$ 45 bilhões - um abismo entre o piso e o teto.
Nas discussões para formatar a venda das ações da BR, acabou vencida a corrente que defendia que algo entre 50% e 60% do capital fosse pulverizado. Nessa hipótese, a Petrobras ainda seria a maior acionista, com 40%, e controlaria as decisões estratégicas, ao mesmo tempo em que os novos acionistas poderiam ficar tranquilos em relação a interferências políticas nos negócios. Para reduzir esse risco, a Petrobras tem buscado reforçar a governança corporativa da BR.
Na oferta, investidores de varejo poderão participar por meio de fundos de investimento em ações criados especificamente com o objetivo de comprar esses papéis. A aplicação mínima será de R$ 200.
Fonte: Valor