A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou ontem, terça-feira (1º), que protocolou na Petrobras comunicado oficial de greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira (4).
A greve foi aprovada para pressionar a Petrobras a rever o processo de venda de ativos para enfrentar a crise financeira.
Segundo o coordenador da FUP, José Maria Rangel, a estratégia da greve será definida em uma reunião na sexta-feira. Entre as ações em estudo, estão a paralisação de atividades em plataformas e refinarias.
"A ideia de uma greve é imputar algum prejuízo ao capital", afirmou. Nas últimas paralisações da categoria, porém, não houve problemas de abastecimento no país. A Petrobras tem respondido com planos de contingência para manter as atividades.
A última grande greve de petroleiros com impacto na economia foi realizada em 1993 e motivada pela expectativa de privatização da companhia.
A paralisação daquela época, que culminou com a ação do Exército para desocupar instalações, tem sido lembrada por lideranças sindicais descontentes com o que chamam de "desmonte" da Petrobras.
O novo plano de negócios da estatal prevê a venda de US$ 15,1 bilhões em ativos até o fim de 2016, incluindo participações em campos de petróleo, gasodutos, distribuidoras de gás e na BR Distribuidora.
"A receita que a direção da companhia está usando para enfrentar a crise é a mesma de sempre: cortar custos e investimentos", reclama Rangel.
Os petroleiros querem também que a empresa retome investimentos suspensos pela crise, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
"O governo tem que enxergar qual o papel estratégico da Petrobras", diz o sindicalista.
Procurada, a Petrobras ainda não se manifestou sobre o assunto.
Fonte: Folha de São Paulo/NICOLA PAMPLONA DO RIO
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