Os preços do petróleo apresentaram forte recuo no fim da sessão desta terça-feira (17) e encerraram nas mínimas desde 2016, com os investidores preocupados com novas restrições de viagens, sinalizadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no que seria mais um golpe para a demanda global da commodity.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) para abril fecharam a sessão em queda de 6,09%, negociados a US$ 26,95 o barril, enquanto os futuros do Brent para maio perderam 4,42%, para US$ 28,70 o barril.
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Em entrevista coletiva para anunciar um plano de estímulos para conter a desaceleração econômica provocada pela epidemia do novo coronavírus, Trump disse aos americanos que o vírus pode não estar sob controle até julho ou agosto e disse que, enquanto isso, as pessoas deveriam "aproveitar a sala de estar".
O presidente sinalizou também um potencial de ampliar restrições a viagens, a exemplo das proibições impostas recentemente a viajantes da Europa e da China. As preocupações com a demanda, ligadas à disseminação da covid-19 seguem pesando no mercado, segundo afirmou o Société Générale hoje, alertando que a "destruição da demanda por petróleo atingirá o pico no segundo trimestre, com cerca de 5 milhões de barris por dia de petróleo sendo reduzida”.
"O petróleo continua em dificuldades, já que os investidores estão vendo cada recuperação como um bom momento para vender", disse Carlo Alberto De Casa, analista-chefe da ActivTrades, em nota. O cenário de demanda fraca e excesso de oferta fez os analistas de commodities do Goldman Sachs revisaram para baixo sua previsão de preços para o barril do Brent no curto prazo.
“À medida que se torna cada vez mais claro que a Arábia Saudita provavelmente manterá a produção próxima a 12,0 milhões de barris por dia durante o segundo trimestre, agora estamos mudando o nosso cenário-base para US$ 20 o barril, de US$ 30 anteriormente.
Fonte: Valor