Os contratos futuros do petróleo fecharam em forte alta nesta sexta-feira (3), em novas máximas desde abril de 2019, impulsionadas por uma escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Os Estados Unidos confirmaram ter matado o general Qassem Soleimani, chefe da Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, em um ataque na noite de quinta-feira (2). A ação americana representa uma nova escalada nas tensões entre EUA e Irã, que se intensifica desde que o presidente americano, Donald Trump, retirou o seu país do acordo nuclear de 2015.
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O petróleo disparou depois da veiculação da notícia, deixando os investidores receosos com a possibilidade de que um alastramento das tensões geopolíticas prejudique a oferta da commodity no Oriente Médio. No começo da tarde desta sexta, porém, o petróleo moderou os fortes ganhos vistos mais cedo, com ambas as referências da commodity devolvendo mais de um dólar em relação às suas máximas intradiárias.
"Acreditamos que uma retaliação iraniana é quase certa", disse Paul Sheldon, do S&P Global Platts, à Dow Jones Newswires. "As chances de um conflito mais amplo permanecem abaixo dos 50%, ainda que os riscos estejam entrando em novo território. Incidentes isolados afetando o fluxo de petróleo no Golfo são possíveis", disse.
No fim da sessão desta sexta, o contrato do Brent, referência global, para março fechou em alta de 3,54%, a US$ 68,60 por barril, na ICE, em Londres, em nova máxima desde 24 de abril de 2019. Já o contrato do WTI, referência americana, para fevereiro subiu 3,05%, a US$ 63,05 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex) — anotando igualmente nova máxima desde 24 de abril do ano passado.
Os dados americanos de estoques de petróleo também foram positivos para os preços, ainda que o relatório tenha sido ofuscado pelas tensões geopolíticas. De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, os estoques de petróleo encolheram em 11,463 milhões de barris na semana passada, para 429,896 milhões de unidades. A queda superou a expectativa dos analistas consultados pelo "Wall Street Journal", de diminuição de 3,3 milhões de barris no período.
Fonte: Valor