A indústria global de petróleo e gás permanece sob pressão financeira em meio à lenta retomada na demanda por combustíveis depois do início da pandemia. Os investidores continuam pouco entusiasmados com as companhias, mesmo com a leve recuperação do preço do petróleo. Há o receio de uma segunda onda de covid-19 em vários países, o que prejudicaria novamente a demanda.
Os preços do petróleo nos Estados Unidos permanecem por volta dos US$ 40 o barril, níveis considerados baixos para as grandes empresas de produção obterem lucro, ao mesmo tempo que as companhias menores tentam se manter no mercado.
Um exemplo é a Oasis Petroleum, que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Pelo menos outras 30 produtoras já tomaram a mesma medida em 2020. Com o petróleo no patamar dos US$ 40, outras 150 companhias podem pedir proteção contra os credores até o fim de 2022, segundo a Rystad.
O cenário também é difícil para as grandes companhias. A ExxonMobil afirmou nesta quinta-feira que parte de seus negócios continuam no vermelho, mesmo com a companhia apresentando performance melhor do que no segundo trimestre. Os ganhos da unidade de petróleo devem aumentar até US$ 1,8 bilhão no próximo trimestre, segundo a companhia.
As vendas de gás natural e refino da Exxon, porém, podem continuar a trajetória de perdas. Segundo analistas do mercado, o prejuízo da companhia pode chegar a US$ 500 milhões no terceiro trimestre, o que levaria a ExxonMobil ao terceiro trimestre seguido de prejuízo.
Já a Shell anunciou na última quarta-feira que demitiria até 9 mil pessoas devido a uma reestruturação e afirmou que deve registrar resultados fracos no terceiro trimestre deste ano, principalmente nos segmentos de petróleo e gás.
A BP e a Chevron também fizeram demissões recentemente, assim como a Marathon, que desligou cerca de 2 mil funcionários, o equivalente a 12% da força de trabalho.
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Há pouco, operavam em queda na Bolsa de Nova York as ações da Exxon Mobil (-3,38%), Royal Dutch Shell (-3,45%), BP (-3,07%), Chevron (-2,01%) e Marathon (-5,03%).
Fonte: Valor