As áreas a serem ofertadas amanhã, na 3ª rodada do regime de partilha, têm potencial de pelo menos 4 bilhões de barris de recursos recuperáveis, segundo estimativas da consultoria IHS Markit. Os volumes equivalem a cerca de um terço das reservas provadas de petróleo no Brasil, de 12 bilhões de barris.
A previsão da IHS Markit é que cada uma das áreas ofertadas tenha ao menos 1 bilhão de barris recuperáveis. O leilão ofertará Peroba, Pau Brasil e Alto de Cabo Frio Oeste, localizados na Bacia de Santos, e Alto de Cabo Frio Central, nas bacias de Campos e Santos.
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Ricardo Bedegral, chefe da IHS Markit para a América Latina, destaca que o calendário plurianual de licitações instituído pelo governo é essencial para manter a produção brasileira em patamares elevados a partir de 2030.
A estimativa da IHS é que os ativos arrematados nas 13ª e 14ª rodadas de blocos exploratórios e nos leilões previstos até 2019, adicionem 2,5 milhões de barris diários de petróleo à produção brasileira a partir de 2030.
"Esse volume vai ser importante para permitir que a produção do Brasil não recue a partir de 2030", disse o consultor, durante a Offshore Technology Conference (OTC) Brasil. Segundo as projeções da IHS, a produção brasileira pode chegar a quase 6 milhões de barris/dia em 2040.
Bedegral disse esperar ágios nas ofertas dos dois leilões de amanhã: a 2ª e 3ª rodadas do pré-sal. Para a área unitizável (áreas adjacentes a campos ou prospectos, cujos reservatórios se estendem para além da área concedida) de Norte de Carcará, o ativo considerado mais atrativo da 2ª rodada, o consultor espera que o percentual de excedente óleo oferecido à União atinja "pelo menos 40%", ou seja, quase o dobro do percentual previsto no edital.
Segundo Bedegral, os leilões devem marcar novamente a presença forte da gigante americana ExxonMobil, principal investidor presente na 14ª rodada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada no mês passado. "A Exxon vem forte novamente. É a oportunidade deles estarem no Brasil. É o momento da Exxon", afirmou o consultor, que também vê a BP e a Total com interesse pelos ativos.
Com relação aos quatro leilões previstos para 2020 e 2021, sendo um convencional e um de pré-sal por ano, a superintendente de definição de blocos da ANP, Eliane Petersohn, afirmou que as áreas a serem ofertadas ainda dependem da orientação do governo. "Temos muitas ideias. Temos vários tipos de áreas para serem colocadas em oferta, depende muito das premissas, de qual orientação que vamos receber para fazer a seleção das áreas."
Fonte: Valor