Fortaleza/Rio. Por conta da estiagem que ainda afeta o Nordeste, a expectativa para a produção cearense de grãos em 2013 caiu 77,04% em agosto, frente à previsão feita em janeiro último. Ao todo, são agora esperadas 286 mil toneladas de grãos neste ano, número que representa queda de 13,01% em relação à expectativa do mês de julho, de 329 mil toneladas.
O milho foi um dos itens que apresentaram queda na expectativa de produção, no Ceará, para 2013, de acordo com o IBGE Foto: Honório Barbosa
Os dados são do levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado ontem. Apesar da redução na expectativa, destaca a coordenadora do grupo de coordenação de estatísticas agropecuárias do Ceará, Regina Dias, a produção de grãos no Estado em 2013 ainda deverá superar, em 22,39%, o total produzido no ano passado, de 233 mil toneladas.
O fato, afirma Regina, deve-se à maior ocorrência de chuvas neste ano, em comparação com 2012. "A estiagem foi mesmo a principal responsável por essa redução (da expectativa), até porque grande parte da produção é de sequeiro", destaca.
De todo modo, se a projeção para esta ano se concretizar, a produção agrícola de 2013 será a terceira pior dos últimos 18 anos, ficando atrás apenas do balaço da safra registrada em 1998 e 2012.
Frutas
Em relação às frutas frescas, a redução na expectativa foi menos expressiva, de 6,73% frente a janeiro e de 0,64% em comparação com julho. Em comparação com a safra de 2012, a estimativa é que haja um aumento de 8,89% da produção. A previsão atual é de 1,17 milhão de toneladas neste ano.
De todos os 51 itens analisados pelo levantamento, 16 tiveram a previsão de produção alterada em agosto frente a julho. A única previsão de aumento foi a da palma forrageira.
Os 15 produtos cuja estimativa caiu foram: algodão herbáceo de sequeiro, amendoim, arroz de sequeiro, batata doce, fava, feijão de arranca, feijão de corda de primeira safra, feijão de corda de segunda safra, fumo, milho (grão), melancia, cana-de-açúcar, mamona, mandioca e banana de sequeiro.
O levantamento realizado no Estado também destaca o volume armazenado nos reservatórios cearenses. Até o dia 26 de agosto último, frisa o estudo, das 12 regiões hidrográficas, apenas duas apresentaram um volume armazenado acima de 50% - a Serra da Ibiapaba (55,45%), enquanto a que apresentava um menor volume armazenado relativo foi a Bacia dos Sertões de Crateús (7,3%).
No País
Para todo o País, o LSPA de agosto projeta uma safra de grãos de 187,3 milhões de toneladas em 2013, com queda de 0,3% em relação ao levantamento de julho, quando a previsão foi de 187,9 milhões de toneladas. Se confirmada, a safra será 15,7% superior à de 2012, quando foram registradas 161,9 milhões de toneladas.
Já a área a ser colhida apresenta acréscimo de 8% em relação à de 2012, totalizando 48,8 milhões de hectares, número que representa queda de 71.574 hectares em relação à previsão do mês anterior.
Soja e milho, principais culturas do País, representaram crescimento em relação a 2012 na área a ser colhida de, respectivamente, 11,2% e 7,7%. Por sua vez, o arroz, terceira principal cultura, teve decréscimo de 0,5% na área colhida.
Menos trigo
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo sua estimativa para a produção de trigo no Brasil em 2013. A colheita foi estimada em 4.952,2 mil toneladas.
O número é 12,5% menor do que as 5,6 milhões de toneladas esperadas em agosto. Ainda assim, o volume é 16,6% maior do que o obtido em 2011/12, quando o clima afetou a produção. Neste ciclo, geadas, após um período longo de chuvas, também foram desfavoráveis às lavouras. Segundo a estatal, as geadas no Paraná comprometeram 26% da produtividade em relação ao levantamento anterior. A área plantada com trigo no estado foi estimada em 976,9 mil hectares com trigo, 26,3% maior que a de 2012.
Já o Rio Grande do Sul semeou 1.030,2 mil hectares, incremento de 5,5% em relação ao ciclo passado. Os dois estados respondem por 90% da produção nacional de trigo. A respeito da condição das lavouras gaúchas, a Conab informou que elas têm desenvolvimento normal até o momento do levantamento, o que sinalizaria boa produtividade e qualidade do produto caso os fatores climáticos continuem satisfatórios.
FGonte: Diário do Nordeste (CE)
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