O Instituto Aço Brasil estima que a produção de aço bruto deve crescer 9,2% no país em 2017, na comparação com o ano passado, para 34,154 milhões de toneladas. No acumulado de janeiro a outubro, a produção aumentou 8,5%, para 28,5 milhões de toneladas. Em julho, o setor esperava avanço de 3,8% no ano. O aumento da produção, diz a entidade, será reflexo da entrada em operação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
Apesar do avanço neste ano, o setor avalia que o crescimento da atividade econômica nacional é lento e ainda não suficiente para que a indústria do aço se recupere. No ano passado, a produção do setor havia recuado 6%, para 31,275 milhões de toneladas, conforme as estatísticas do instituto.
PUBLICIDADE
“O setor viveu a pior crise de sua história”, disse Alexandre de Campos Lyra, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil.
O Aço Brasil espera que as vendas de aço no mercado doméstico cresçam 1,2% em 2017, na comparação ao ano passado. Pela previsão divulgada em julho, o setor esperava queda de 1,3% em 2017, frente ao ano anterior. “O resultado é tímido para recuperar as perdas do ano passado”, disse Lyra.
Esse aumento nas vendas, além da entrada em operação da CSP, está relacionado ao desempenho das exportações e a uma base baixa de comparação. Além disso, a indústria automobilística revisou para cima sua previsão de produção no ano.
Segundo o instituto, o consumo aparente de aço deve crescer 5,2% neste ano, frente ao ano passado. Este consumo, porém, vai ser “significativamente suprido pelas importações, cuja previsão de crescimento é de 33,5% neste ano”, de acordo com nota divulgada pelo Aço Brasil nesta quinta-feira.
Os representantes das empresas do setor avaliam que a efetiva recuperação da indústria de aço e da indústria de transformação em geral depende do governo corrigir “assimetrias competitivas”, como elevados custos financeiros e cumulatividade de tributos.
De acordo com o Aço Brasil, as vendas do setor só devem recuperar, em 2028, os níveis de vendas ao mercado interno vistos em 2013. “Foram 78 unidades de produção paralisadas no fim do ano passado. Adiamos US$ 3 bilhões em investimento por causa da crise”, disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.
Ainda de acordo com a entidade, as vendas internas acumularam queda 32,2% de 2013 a 2016.
Segregando os dados apenas de outubro, a produção de aço bruto no país ficou em 3,045 milhões de toneladas, uma alta de 3,9% frente a igual mês do ano passado. Já as vendas internas subiram 6,8% na mesma comparação, para 1,468 milhões de toneladas.
Fonte: Valor