Estimativa integra o relatório do Ministério da Agricultura e que aponta, ainda, aumento de 9,5% na área de colheita
A produtividade da agricultura empresarial brasileira vai continuar a garantir safras cada vez maiores, mas com expansão menor da área plantada até a próxima década. A participação da produção brasileira no comércio exterior deve aumentar ainda mais, ressaltando que o mercado interno mantenha-se como o principal destino dos alimentos do país.
As estimativas constam do relatório Brasil – Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O país deve continuar a produzir alimentos para o nosso povo e outras nações do planeta. Isso mostra a importância e a força do setor na economia brasileira”, diz o ministro Wagner Rossi.
Ele lembra que o mundo vai precisar cada vez mais de alimentos e o Brasil é um dos poucos países capazes de ampliar a produção de alimentos sem comprometer seus recursos naturais. Rossi cita estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), para quem o planeta terá de ampliar em 70% a produção de alimentos para garantir a segurança alimentar da população mundial. A oferta global de proteína animal e vegetal atualmente não é suficiente para alimentar todos os povos. “Cerca de 1 bilhão de pessoas passa fome na Terra”, lamenta.
O relatório foi produzido pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura e coloca grãos e carnes como as principais apostas do Brasil para ampliar a produção e a exportação. Coordenado pelo pesquisador José Garcia Gasques, o documento indica algodão em pluma, milho, café, açúcar, soja em grão, leite, celulose, carnes de frango e bovina como os produtos agropecuários com maior potencial de crescimento.
De acordo com Derli Dossa, chefe da Assessoria de Gestão Estratégica, as projeções apontam o algodão como o produto que vai se destacar até a safra 2020/2021. “A estimativa é de aumento de 47,8% na produção e variação positiva de 68,4% nas exportações”. Atualmente, o país produz 1,6 milhão de toneladas de algodão em pluma. A produção vai superar 2,3 milhões de toneladas em dez anos. Quanto à exportação do produto, os embarques subirão para 800 mil toneladas, em comparação às 500 mil/t atuais.
A região situada entre sul do Maranhão, norte do Tocantins, sul do Piauí e noroeste da Bahia – denominada Matopiba – é uma das apostas do Ministério da Agricultura como a nova fronteira agrícola do país. “A região será um marco da agricultura do Século 21 em função, inclusive, dos preços reduzidos da terra”, aponta Derli Dossa.
O ministério prevê aumento na produção de grãos em Matopiba. O salto será de 13,3 milhões de toneladas de grãos colhidos em 2010 para 16,6 milhões de toneladas no início da próxima década. Em compensação, a área de colheita deve aumentar de 6,4 milhões de hectares para 7,5 mi/h.
Fonte:A Tribuna (SC)
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