A produção mineral do Brasil cresceu 15% no primeiro trimestre de 2021, chegando a 227 milhões de toneladas. Com isso, as mineradoras faturaram R$ 70 bilhões de janeiro a março, uma alta de 95% em relação ao mesmo período de 2020. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Segundo o presidente do conselho do Ibram, Wilson Brumer, o que puxou esse crescimento tanto na produção quanto no faturamento do setor no Brasil foi a recuperação da demanda chinesa. No ano passado, de acordo com Brumer, a China foi o país mais impactado com a crise sanitária, mas também foi o que conseguiu sair dessa situação mais rapidamente.
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“A China é o maior consumidor mineral do mundo e neste primeiro trimestre viu o seu PIB crescer 18%. Isso puxou a produção e os preços das principais commodities metálicas”, disse Brumer.
A demanda chinesa forte contribuiu para a alta dos preços no período. O minério de ferro, de acordo com o Ibram, saiu de um preço médio no primeiro trimestre de 2020 de US$ 89 a tonelada para uma cotação média de US$ 166 a tonelada. Já o cobre, que era cotado em cerca de US$ 5 mil a tonelada, chegou a US$ 8,45 mil a tonelada o seu preço médio.
“Fora isso, tivemos no Brasil a desvalorização do real. O país é um grande exportador, e no primeiro trimestre o dólar médio foi de R$ 5,47 ante valor médio de R$ 4,46 em igual período do ano passado. O grande consumo da China, o aumento de preços e a desvalorização do real impulsionaram esse crescimento no faturamento.”
Com esse desempenho, a compensação financeira pela exploração de recursos minerais (Cefem) chegou a R$ 2,1 bilhões, um aumento de 102,9% no comparativo com o mesmo período do ano passado. A expectativa é que, neste ano, a arrecadação fique entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. Em 2020, a setor arrecadou R$ 6 bilhões.
Fonte: Valor