Fonte: Valor Econômico/Renato Rostás | De São Paulo
Os dados da Worldsteel Association para o primeiro semestre confirmaram a tendência de queda da fabricação siderúrgica global em meio ao cenário de excesso de oferta e forte redução dos preços. De acordo com a entidade, os 65 países que acompanha produziram 813 milhões de toneladas de aço bruto de janeiro a junho, recuo de 2% frente ao mesmo período de 2014 e primeira baixa desde 2009, no pós-crise financeira.
Dos mercados mais importantes para o setor, apenas Brasil, Rússia e Índia elevaram a produção na primeira metade deste ano. A alta brasileira, já divulgada previamente pelo Instituto Aço Brasil, foi de 2%, para 17,1 milhões de toneladas, enquanto os russos aumentaram os volumes em 0,8%, para 35,7 milhões de toneladas. Na Índia, o avanço foi de 4,2%, para 44,9 milhões de toneladas.
A China, maior fabricante internacional e apontada com o principal responsável pela sobreoferta de produtos siderúrgicos, reduziu o passo. A queda na produção durante o primeiro semestre foi de 1,3%, para 409,9 milhões de toneladas, em igual base de comparação. Nos Estados Unidos, a diminuição foi de 8,6%, para 39,8 milhões de toneladas.
Com o desempenho dos seis primeiros meses de 2015, as fabricantes chinesas passaram a atender por 50,4% do total mundial, contra 50% em 2014 e 37% antes da crise de 2008. O Brasil atualmente responde por 2,1%, os EUA representam 4,9% e a Alemanha, 2,7%.
É a primeira redução de produção de aço bruto em um primeiro semestre desde 2009. A queda, na época, foi de 21% e ajudou a China a se consolidar como mercado mais importante do setor, elevando sua fatia da fabricação global de 37,7% em 2008 para 48,4%. Essa participação foi conquistada, especialmente, dos EUA, que caíram de 7,3% para 4,4%. Na última década, as empresas brasileiras giraram em torno de 2% e 2,5% de representatividade.
Só em junho de 2015, a produção mundial foi de 135,6 milhões de toneladas, queda de 2,4% ante igual mês de 2014 e de 2,7% perante maio, informou a Worldsteel. Na China, o recuo foi de 0,8%, para 68,9 milhões de toneladas, e nos EUA a baixa foi de 8,5%, para 6,7 milhões de toneladas. O Brasil aumentou a produção em 2,1%, para 2,8 milhões de toneladas. O uso de capacidade internacional foi de 72,2%, 0,1 ponto percentual a mais do que em maio e 3,5 pontos abaixo do mesmo período do ano passado.
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