Se o crescimento da produção de etanol no Brasil se mantiver, o país pode se tornar ainda este ano o terceiro maior produtor mundial do combustível. Para atingir outros mercados consumidores, porém, o etanol brasileiro precisa enfrentar o protecionismo de outras nações, segundo avaliação de um estudo sobre o setor de biocombustíves feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulado Biocombustíveis no Brasil: Etanol e Biodiesel. O estudo revela que os principais consumidores, Estado Unidos e União Europeia, recorrem à produção doméstica e impõem restrições às importações.
O principal problema apontado pelo estudo é a falta de regularidade na oferta do produto, o que leva à variação dos preços. O governo atua de forma direta para fazer o equilíbrio. Ações conjuntas, como a manutenção do preço da gasolina para que o álcool não seja inviabilizado, a garantia de mistura de 25% de álcool à gasolina e a manutenção de linhas de financiamento do BNDES, segundo o Ipea, incentivam os agricultores a apostarem na cana e deixam o álcool em boa posição para evitar um êxodo para a produção do açúcar.
"Uma grande vantagem para o etanol hoje é a preocupação das nações com questões ambientais, o que tem levado várias delas a uma busca por energias renováveis", disse coordenadora de Agropecuária, Júnia Conceição
A produção de etanol continua em crescimento. Na safra 2008-2009 foram produzidos 25 bilhões de litros. As exportações passaram de 516 milhões de litros em 2001-2002, para 4,7 bilhões em 2008-2009. O mercado internacional apresenta potencial para rápido crescimento na próxima década podendo chegar a 200 bilhões de litros em todo o mundo.
Fonte: Valor Econômico/Tarso Veloso, de Brasília
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