Uma preocupação de empresários e autoridades com relação à implantação e à operacionalização da hidrovia do Porto de Santos é a questão ambiental.
“Nossa região não tem atraído desenvolvimento por conta da questão ambiental”, aponta o diretor de Portos da Associação de Engenheiro e Arquitetos de Santos (AEAS), o engenheiro Eduardo Lustoza. Ele defende a implantação de Zonas de Apoio Logístico (ZAL) industrial, instaladas ao longo da área de navegação das barcaças. Mas para que isso ocorra, ele considera necessário o envolvimento de todos os setores interessados, tanto público quanto privado.
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“As margens da hidrovia são áreas verdes que vêm sendo ocupadas de forma irregular e temos degradação”, afirma o representante da AEAS, lembrando que a sustentabilidade prevê um equilíbrio entre o meio ambiente, a economia e a sociedade.
O engenheiro ambiental Ivanilson Lescio, da Triunfo Ambiental, também pondera que o funcionamento da hidrovia só vai avançar se houver diálogo entre todos os envolvidos.
“A hidrovia está numa região muito sensível, de mangue, numa matriz também muito sensível, que é a água. É importante pensar não só na implantação mas na operação”, argumenta Lescio.
Ele explica que um dos maiores problemas é a divergência dos pontos de vista dos órgãos públicos envolvidos com o licenciamento ambiental. Enquanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) defende que o processo ocorra para a totalidade da hidrovia, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) entende que ele pode ser feito pontualmente a cada trecho que se pretende utilizar. Lescio reforça que a conversa é fundamental para que o trâmite para se obter a licença seja efetivo e que não se perca tempo refazendo.
A fim de buscar o apoio da esfera pública para facilitar a implantação da hidrovia na região, ao final do seminário promovido pela AEAS, os participantes formaram um grupo de trabalho para elaborar um termo de compromisso com as conclusões do seminário.
Fonte: A Tribuna