A criação de um modelo de reajuste automático de preços de combustíveis pela Petrobras já foi aprovado pelo Conselho de Administração da empresa. Os executivos discutem, agora, a melhor fórmula de metodologia, e aguardam simulações sobre o modelo antes da votação, prevista para ocorrer até o dia 22. A proposta é garantir “estabilidade financeira à empresa e aos investidores”. A avaliação é do membro do conselho de administração Sérgio Quintella.
Segundo ele, falta apenas definir parâmetros para o reajuste automático. “O conselho já deu o seu aval à existência de um modelo. O que não se está discutindo em detalhe é o modelo”, afirmou, após palestra da presidente da Petrobras, Graça Foster, em evento ontem no Rio.
A discussão sobre o novo mecanismo foi oficializada pela empresa na última sexta-feira, quando a diretoria propôs uma fórmula ao conselho. Quintella classificou o mecanismo de “muito inteligente” e concordou que é uma espécie de “jabuticaba”, por só existir no Brasil. “Procura levar em conta os parâmetros principais de preço, como câmbio, por exemplo”, afirmou, sem dar detalhes sobre as variáveis que podem incidir sobre o cálculo.
Mais cedo, Graça Foster havia dito que trabalha pela “convergência de preços” praticados pela Petrobras em relação ao mercado internacional. Pelos cálculos de consultores do setor, a companhia chega a perder de US$ 1 bilhão por mês por vender diesel e gasolina mais baratos do que o custo de importação. “Isso é fundamental para que possamos ter alavancagem (relação entre o endividamento e o patrimônio líquido) menor do que 35% e retornarmos ao fluxo de caixa positivo em 2015”, completou Graça.
Em setembro, a alavancagem ficou em 36%. A princípio, o modelo terá “fases” de reajuste, mas não há posição sobre a recuperação de defasagens anteriores. “Não está definido qual época de reajuste, mas é um mecanismo que dará estabilidade não só financeira, mas também garantias aos investidores de que a companhia tem política permanente de ajuste.”
Ele negou que o modelo seja uma versão atualizada da ‘conta petróleo’, mecanismo usado até o início da década passada para minimizar o impacto de variações externas ao preço do barril.
Prioridade ao petróleo
Graça Foster disse ontem que nos próximos anos a empresa fará mais investimentos em produção de petróleo do que em exploração, a fase de pesquisas e testes.
Atualmente com a produção estagnada em torno de 1,9 milhão de barris por dia, mas com perspectivas de crescimento expressivo devido às descobertas já feitas na região do pré-sal da bacia de Santos, e as que ainda devem ser feitas, como o campo de Libra, a Petrobras deverá estar produzindo 4,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2020. Junto com a produção de outras empresas, o país vai ultrapassar a marca de 5 milhões diários, segundo Graça. (com agências)
Fonte:O Povo Online
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