Câmbio refletiu-se no balanço da companhia, que fechou trimestre com dívida menor
Rio - Pesadelo de exportadores, o câmbio valorizado beneficiou a Petrobras, nos primeiros três meses deste ano, com um ganho contábil de R$ 2 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2010. O real em alta pode não ter contribuído para elevar a receita, mas reduziu a dívida em moeda estrangeira da companhia de petróleo, justificou o diretor de Finanças da Petrobras, Almir Barbassa.
Apesar desse fenômeno, o balanço recorde também registra más notícias, como o prejuízo da Diretoria de Abastecimento, de R$ 95 milhões. Barbassa admitiu que a perda foi provocada pela falta de repasse, para os derivados, da variação da cotação do petróleo no mercado internacional.
EQUIPAMENTOS EM ALTA
O preço médio de venda dos derivados da companhia cresceu 4% no primeiro trimestre. No mesmo período, o barril do tipo Brent, uma referência, valorizou 38%, para uma cotação média de US$ 105.
O diretor também fez questão de lembrar que, além dos preços de venda dos produtos, o encarecimento dos custos de equipamentos também contribuiu para o prejuízo da Área de Abastecimento. A companhia, que anunciou lucro de US$ 10,9 bilhões no primeiro trimestre, na sexta-feira, adiou o anúncio do Plano de Negócios 2011-2015. Mas manterá investimentos.
Investimentos confirmados
Mesmo com o adiamento do novo Plano de Negócios (2011-2015), a Petrobras não só já tem definido o investimento para este ano (US$ 93 bilhões), como recorreu ao mercado de capitais para levantar parte dos recursos. Ontem, Almir Barbassa confirmou que, no primeiro trimestre, a empresa captou US$ 6 bilhões com emissão de bônus, além de US$ 2 bilhões em empréstimos de bancos.
O executivo negou relação entre o adiamento e os cortes do governo. O jornal Brasil Econômico apurou que o Novo Plano previa US$ 250 bilhões em investimentos no período 2011-2015 — quase 12% a mais que os US$ 224 bilhões da programação anterior (2010-2014).
O adiamento não afetou o desempenho das ações na Bovespa. Na manhã de ontem, papéis PN (preferenciais) da Petrobras atingiram valorização de 2,90% — um giro de quase R$ 320 milhões.
Fonte: O Dia Online/ Ricardo Rego Monteiro
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