A indústria brasileira de máquinas e equipamentos terminou o primeiro trimestre do ano com uma queda de 30,9% na sua receita líquida total. Foram R$ 15,93 bilhões de janeiro a março. Apenas em março, a redução da indústria foi de 32,6%, para R$ 6,23 bilhões. Na comparação com o mês de fevereiro, houve queda de 1,6% no faturamento das companhias de bens de capital mecânicos.
Apenas no mercado interno, a receita líquida obtida caiu 48,6%, para R$ 3,19 bilhões no mês de março, e já acumula queda de 49,1% no trimestre.
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Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que representa o setor. A entidade aponta que as incertezas políticas, combinadas com a "política econômica recessiva, onde o custo do capital é incompatível com o retorno dos investimentos, tem inviabilizado qualquer decisão de investimento no país".
Para a Abimaq, os dados de março, ainda que com comportamento sazonal, registraram dinamismo inferior à média observada no período de 2010 a 2013. A indicação é de um "cenário de baixo nível de investimentos pelo quarto ano consecutivo".
Segundo a associação, as exportações foram reduzidas em 9% em março, na comparação anual, somando US$ 824,61 milhões. Enquanto isso, as importações totalizaram US$ 1,27 bilhão, queda de 32,2% em um ano. Com isso, o setor teve déficit comercial de US$ 444,5 milhões em março, queda de 54% na comparação com o mesmo mês de 2015.
A Abimaq mostra ainda que o setor operou com utilização de 65,4% da sua capacidade instalada na média no ano até março, 5,3% abaixo do verificado no mesmo período de 2015. Em 12 meses, o setor fechou 43,3 mil postos de trabalho. Apenas no mês de março, a redução no quadro de pessoal dos fabricantes de máquinas foi de 0,5%, chegando a 309,7 mil pessoas.
Fonte: Valor Econômico/Por Victória Mantoan | De São Paulo