Multinacional holandesa AkzoNobel, que fabrica a Coral, vai ampliar unidade de tintas marítimas. Hoje, empresa inaugura um de seus centros, no Recife. Demanda de estaleiros provoca a expansão
No rastro da retomada da indústria naval no Brasil, a gigante holandesa AkzoNobel - dona da marca Coral - vai reforçar sua unidade de tintas marítimas no País com a inauguração de dois centros de distribuição (CDs) próprios fora do Rio de Janeiro. Recife e Blumenau (SC) foram as cidades escolhidas para sediar os CDs. Hoje, acontece a abertura do centro pernambucano, dois dias depois do evento catarinense. A solenidade local será realizada na fábrica de tintas do grupo, no Curado, onde foi instalado o CD, a partir das 17h.
A implantação dos centros vai otimizar a distribuição das tintas marítimas, que atualmente é feita por representantes. O mercado nacional e países sul-americanos como Argentina, Chile e Peru são atendidos pela fábrica da AkzoNobel em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. “O volume de produção da indústria é suficiente para atender a toda a demanda atual do mercado brasileiro. Isso sem falar que o parque fabril ainda pode triplicar de tamanho”, revela o gerente geral da unidade de tintas marítimas e Industriais para América do Sul, o mexicano Fernando Macedo. O CD do Recife tem capacidade para armazenar até 200 mil litros de tintas navais. A empresa não informa quanto foi investido na estrutura, nem o incremento no quadro de funcionários.
Com 84 anos de atuação no setor de tintas marítimas, a AkzoNobel faz uma aposta no mercado brasileiro, atenta ao renascimento da construção naval. Só a Transpetro está encomendando 49 navios para a renovação e modernização de sua frota. “Nossa estimativa é que o mercado dobre de tamanho no País ao longo dos próximos cinco anos”, acredita. A escolha de Pernambuco e Santa Catarina se dá em função da pulverização do setor, antes concentrado no Rio de Janeiro. Macedo estima que o Nordeste responda por 30% do negócio de tintas para a indústria naval nos próximos anos.
A empresa está de olho na demanda dos estaleiros e refinarias, além de indústrias petroquímicas e de equipamentos para a produção de energia eólica. Em Pernambuco, o grupo encontra clientes em todos esses setores, com o cluster naval em plena implantação, as obras da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape e as fábricas da Impsa (geradores eólicos) e da RM Eólica (torres eólicas). “Fornecemos tintas para o navio Celso Furtado (da Transpetro feito no estaleiro Mauá/RJ) e para outros estaleiros e também queremos conversar com o Atlântico Sul e outros que vão chegar a Pernambuco”, diz Macedo, adiantando que está em negociação com a RM Eólica.
Líder no Brasil com 60% de participação no mercado de tintas marítimas, a AkzoNobel traz a expertise de ser uma companhia multinacional. “Esse setor é totalmente globalizado, regulamentado e certificado. Uma tinta que vai pintar um navio aqui no Brasil precisa ter condição de fazer o mesmo trabalho na China, Japão e Europa, porque essas embarcações cruzam os mares mundo afora”, observa.
Um navio petroleiro chega a consumir 300 mil litros de tinta para ser todo pintado. “As tintas precisam ser características que não agridam o meio ambiente, como ser livre de solvente. O setor também aposta em inovações tecnológicas. Na AkzoNobel desenvolvemos a tinta Intersleek, que permite uma economia de até 19% no consumo de combustível dos navios, por conta da redução do atrito na água”.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Adriana Guarda
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