Prevista inicialmente para acabar em maio, terraplanagem das obras está atrasada
O silêncio parace ser a melhor arma da Petrobras sobre o andamento das obras da Refinaria Abreu e Lima. Aproveitando o prazo inicial de conclusão para a terraplanagem da unidade - maio deste ano, a Folha vem questionando os dirigentes a respeito daquele que é o mais caro empreendimento da história de Pernambuco, avaliado em R$ 23,3 bilhões. No entanto, há alguns dias, a Petrobras retornou alegando que o plano de negócios 2010/2014 da estatal estava sendo revisado e, portanto, não seriam dados maiores detalhes. Na semana passada, uma resposta curta dizia que 97% da terra já estava tratada. O que impressiona é o fato de a terraplanagem ter sido iniciada ainda em 2007.
A última informação oficial a respeito da situação veio em evento realizado com a Imprensa, em abril. Inclusive, foram mostradas outras obras que estão tendo desmembramento nas áreas liberadas. Mas o que acontece é que, segundo economistas consultados, atrasos na terraplanagem podem causar adiamentos no cronograma das obras civis.
Se o serviço de terraplanagem não foi concluído em maio, é bem possível que o seu término se dê apenas no segundo semestre deste ano em consequência da forte incidência de chuvas em junho e julho. É importante salientar que o inverno no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca tem a maior precipitação pluviométrica do Estado, alcançando, em média, 1.500 mm/ano.
O consórcio liderado pela Odebrecht, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão ficou responsável pela terraplanagem, mas surgiram problemas em 2009. Os auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) apontaram 12 irregularidades no contrato, traduzindo-se em superfaturamento. Ademais, haveria subcontratos feitos sem licitação e ausência de licença ambiental, totalizando R$ 59 milhões. A determinação era paralisar as obras até que os “vícios” fossem sanados. Todavia, numa decisão inédita, o Governo Federal desconsiderou a argumentação colocada e ordenou a continuidade da atividade. A alegação era de que milhões de empregos estariam sendo perdidos.
Fonte: Folha de Pernambuco/PAULO MARINHO
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