A Rio Tinto vai vender seus ativos de carvão em Moçambique por US$ 50 milhões - uma fração dos vários bilhões de dólares que pagou por eles há três anos -, encerrando o capítulo de uma das aquisições mais desastrosas da história da mineradora.
O grupo anglo-australiano disse ontem que chegou a um acordo para a venda de sua mina Benga e outros projetos de exploração de carvão localizados na província de Tete, para a International Coal Ventures Private, uma companhia estabelecida pelo governo da Índia.
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A Rio Tinto comprou os ativos como parte de sua mal fadada aquisição da Riversdale Mining por US$ 3,7 bilhões em 2011, justo quando chegava ao fim o boom de investimentos de uma década na indústria mineradora. "Isso representa para a Rio Tinto o término de um dos acordos estranhos que ela fez numa época de avaliações de risco muito frouxas na companhia", diz Mark Taylor, analista de recursos naturais da Morningstar.
A Rio Tinto está cortando custos e se desfazendo de ativos considerados não essenciais, após uma década de investimentos pesados que levaram a uma disparada de seu endividamento e acabou custando o emprego de seu executivo-chefe Tom Albanese. No ano passado, a Rio Tinto reduziu o valor de sua aquisição da Riversdale em mais de US$ 3 bilhões, culpando os desafios logísticos do transporte de carvão de Tete à costa litorânea de Moçambique, distante 600 km.
O grupo também fez uma revisão de suas estimativas do volume de carvão de coque recuperável.
Fonte:Valor Econômico\Jamie Smyth | Financial Times, de Sydney