Com a divulgação dos resultados financeiros de 2010, a direção da fabricante de máquinas e equipamentos Romi comemora a aproximação dos números aos patamares registrados antes da crise financeira internacional, que gerou forte impacto negativo sobre a demanda por bens de capital.
A receita da companhia no ano passado, de R$ 673,53 milhões, ficou muito perto dos R$ 696,12 milhões registrados em 2008, considerado o melhor resultado da empresa, em um período que não foi totalmente afetado pelas turbulências causadas pela quebra do banco Lehman Brothers, em setembro daquele ano.
A expectativa é que a marca seja superada em 2011, quando a Romi prevê um aumento de 10% a 20% no faturamento. "Estamos confiantes em conseguir entregar esse resultado", diz Livaldo Aguiar dos Santos, presidente da companhia com sede em Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo.
O executivo conta que praticamente já retomou aos níveis pré-crise no segmento de máquinas-ferramenta, principal negócio do grupo, e em máquinas injetoras, usadas na fabricação de peças de plástico, cujos resultados foram estimulados por aquisições de duas empresas entre 2008 e 2009.
Por outro lado, há uma recuperação mais lenta no segmento de peças fundidas e usinados, explicada, em parte, por um arrefecimento na demanda ligada a projetos de energia no exterior.
Santos diz que o mercado seguirá aquecido neste ano, mas os fabricantes locais terão que enfrentar um ambiente competitivo mais desafiador.
Além do real forte, que abala a competitividade da indústria brasileira, o aumento da demanda doméstica no Brasil atrai as atenções das fábricas instaladas no exterior, que buscam mercados pujantes para preencher os buracos deixados pela contração dos negócios com economias desenvolvidas.
"Nossos competidores estão procurando cada vez mais os mercados emergentes", afirma Santos. "Independentemente do câmbio, essa procura traz uma competição maior do que no passado. Isso é uma realidade", acrescenta.
Conforme o executivo, um acirramento da concorrência - e seus consequentes reflexos sobre os preços praticados - poderá trazer pressões sobre as margens operacionais. Por isso, a companhia trabalha com a perspectiva para a margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) dentro da faixa de 12% a 18%, contra 15% de 2010.
"O Ebitda reflete o nível de competição. Se o cenário for de uma concorrência mais forte, a margem poderá ser reduzida. Se o oposto acontecer, poderemos até melhorar a margem", diz o executivo.
Diante do avanço dos produtos importados no país, sobretudo da China, a indústria nacional de bens de capital mecânicos - capitaneada pela Abimaq - está pedindo ao governo um aumento da alíquota de importação de máquinas com similares nacionais para 35%, patamar máximo estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Fonte: Valor Econômico/Por Eduardo Laguna, de São Paulo
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