Rondonópolis, município localizado a 210 quilômetros ao sul do Estado, se consagra por mais um ano como o maior exportador mato-grossense de 2010. Ampliando a avaliação de desempenho, Rondonópolis ocupa a 51ª posição no ranking nacional, catorze posições acima do registrado em 2009. Durante todo o ano passado os negócios atingiram cifras de US$ 878,26 milhões.
Mesmo liderando o ranking estadual, Rondonópolis contabilizou em 2010 faturamento 5,14% inferior ao registrado no ano anterior, quando obteve US$ 923,85 milhões e assegurou a 37ª posição no Brasil. No exterior, o principal consumidor foi a Holanda, cujas vendas somaram US$ 148 milhões, ou, 16,85% do total exportado em 2010. Em seguida estão França, China e Tailândia, destinos com participações acima de 11% no total comercializado no decorrer do ano.
O recuo sobre o saldo de vendas não foi percebido apenas em Rondonópolis, um dos maiores polos agroindustriais de Mato Grosso. O segundo e terceiro colocados do ranking estadual – essencialmente agrícolas: Sapezal e Nova Mutum – também reduziram receitas, todos refletindo o período desfavorável, no qual a valorização do real sobre o dólar inibiu a competitividade dos exportadores.
Sapezal, (470 quilômetros ao noroeste), localizada no Chapadão do Parecis, atingiu em 2010 negócios de US$ 558,39 milhões, volume 10,66% abaixo dos US$ 617,92 milhões contabilizados em 2009. A soja em grão, principal produto da pauta sapezalense, fechou o ano com queda de quase 28% no faturamento e exportou cerca de 200 mil toneladas a menos entre um ano e outro.
O município de Nova Mutum (269 quilômetros ao norte de Cuiabá) encerrou o exercício 2010 em ascensão e registrou o seu melhor faturamento no comércio exterior. Elevou em 17,44% a receita originada: US$ 493,78 milhões ante US$ 407,34 milhões em 2009. O carro-chefe da pauta nova-mutunense foram os subprodutos da soja, o óleo e o farelo – cujas vendas ampliaram em mais de 112% - e os cortes de suínos, com alta de 944%. Juntos, os dois produtos foram responsáveis por quase 45% do total comercializado em 2010.
Com saldo positivo, Cuiabá também exibe incremento de 5,37% na receita de 2010 contra 2009, que passou de US$ 440 milhões para US$ 465,72 milhões. A maior demanda externa por milho e cortes de bovino garantiu à capital de Mato Grosso o segundo melhor resultado, ficando atrás apenas do faturamento de 2006 em US$ 493,81 milhões.
DESTAQUE – O município de Alto Araguaia (415 quilômetros ao sul de Cuiabá) é o maior destaque das exportações mato-grossenses em 2010. Somente no mês de dezembro faturou cifras muito acima do acumulado dos 12 meses de 2009. O saldo de vendas atingiu US$ 453,03 milhões contra US$ 65,32 milhões. Em dezembro os embarques somaram US$ 75,22 milhões. O incremento registrado entre 2010 ante 2009 é de quase 600%. Com o avanço nas negociações no mês passado, Alto Araguaia – que foi o 7° maior exportador estadual em 2009 – desbancou Campo Novo do Parecis e Sorriso para conquistar o 5° lugar.
Em 2010 o maior parceiro comercial de Alto Araguaia foi o Irã, cujas vendas foram responsáveis por quase 20% do total embarcado no ano passado e somaram US$ 87,96 milhões. Além dele, Arábia Saudita, Indonésia, Malásia, Espanha e Taiwan garantiram, cada um, participação acima de 10% no total do município.
A demanda externa por milho foi a redenção para o município. As vendas do grão garantiram 98% da pauta local, ou seja, dos US$ 453 milhões exportados, US$ 444 milhões foram gerados pelo grão. O município não semeou boa parte do cereal exportado e sim chancelou as toneladas. Por ter um terminal de grãos da ferrovia Senador Vicente Vuolo, Alto Araguaia é destino final, dentro do Estado, dos grãos que seguem em direção do porto de Santos e, assim, partir para Ásia e Europa. A pauta do município é formada por apenas três produtos: milho, óleo e farelo de soja.
BRASIL – Entre os 100 maiores exportadores nacionais no ano passado estão os cinco primeiros do ranking estadual: Rondonópolis na 51ª posição, Sapezal em 70°, Nova Mutum (78°), Cuiabá (86°) e Alto Araguaia (89°).
Fonte: Diário de Cuiabá/MARIANNA PERES
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