O setor de óleo e gás pode gerar investimentos da ordem de US$ 225 bilhões nos próximos oito anos no Brasil. Caso o potencial de aumento das atividades petrolíferas se confirme, a previsão é que 474 mil empregos — diretos e indiretos — sejam criados até 2022, dobrando os postos de trabalho no setor.
As projeções são de um estudo realizado pela Ernst & Young em colaboração com o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) e com a coparticipação do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEE-UFRJ).
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O estudo trabalha com diferentes cenários. No de calmaria, caso as condições necessárias para concretizar o potencial não se materializem, os investimentos no setor serão menores, em função de atrasos na curva de produção, com destaque para a cessão onerosa e seus excedentes e o campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. Nesse cenário, não haveria novas rodadas de licitação. Nesse caso, os investimentos entre 2019 e 2026 totalizariam US$ 107,5 bilhões no período.
No cenário potencial, que considera a manutenção dos leilões e a entrada dos projetos de grande porte do pré-sal, além dos investimentos de US$ 225 bilhões, haveria uma arrecadação de US$ 182,3 bilhões em participações governamentais (como royalties e participações especiais) e de US$ 109,8 bilhões em impostos diretos (IR e CSLL).
“O equilíbrio das contas públicas é um dos temas mais importantes para a economia nacional. O papel do setor de Petróleo e Gás na arrecadação o coloca, também aqui, como um grande contribuidor ao equilíbrio econômico do país... Valores como esses inserem o petróleo no primeiro lugar da lista da arrecadação de impostos federais dentro do setor industrial”, cita o estudo da EY e do IBP.
Nessa perspectiva potencial, a produção de petróleo saltaria dos 2,9 milhões de barris/dia em 2018 para 5,4 milhões de barris diários em 2026, a partir de um cenário positivo de exploração das reservas provadas, com foco nos projetos de grande porte do pré-sal, como Lula, Mero, as áreas da cessão onerosa, na Bacia de Santos, e o Parque das Baleias, na Bacia de Campos.
No mercado de trabalho, a previsão é que, até 2022, os empregos no setor mais que dobrem, para 873 mil. O estudo destaca que os empregos gerados fornecem salários, em média, 3,8 vezes maiores do que a média salarial da indústria brasileira. Depois de três anos seguidos de queda, os empregos no setor cresceram 32% em 2018, para 399 mil pessoas contratadas.
No cenário de calmaria, por sua vez, as arrecadações ficariam em US$ 104 bilhões em participações governamentais e em US$ 83,9 bilhões em impostos até 2026. Nesse caso, a produção tende a ficar relativamente estável e alcançar a média de 3 milhões de barris/dia em 2026.
Fonte: Valor