A Shell Brasil tem interesse em participar de novos leilões de energia elétrica, afirmou o presidente da companhia, André Araújo, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
No momento, o grupo desenvolve a termelétrica de Marlim Azul em Macaé (RJ). O projeto, em parceria com a Pátria Investimentos e a Mitsubishi Hitachi Power Systems (MHPS) terá 565 megawatts (MW) de capacidade. Segundo Araújo, a expectativa é começar a venda da energia da unidade em janeiro de 2022.
Em paralelo, o grupo também tem buscado autorizações junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para projetos de geração de energia solar. Araújo explicou que a companhia deve fechar parcerias para desenvolver essas usinas. “Alguns desses projetos podem ter uma velocidade mais acelerada pois têm condições mais claras de radiação solar.”
PUBLICIDADE
A companhia também avalia possíveis investimentos em geração de energia eólica em alto-mar no Brasil. A modalidade é uma das prioridades para o grupo globalmente e a petroleira já tem projetos do tipo no Mar do Norte e nos Estudos Unidos. “Estamos discutindo se colocamos o Brasil como prioridade [para projetos de eólicas em alto-mar] já nesses próximos anos. Acompanhamos as discussões sobre o marco regulatório e sobre possíveis autorizações e leilões”, acrescentou Araújo.
Recentemente, a Shell anunciou que pretende neutralizar as emissões de carbono totais até 2050 e reduzir em até 65% a pegada de carbono de seus produtos, no período, em linha com as metas do Acordo de Paris. Araújo já afirmou, no passado, que o Brasil pode ser um dos destinos prioritários dos investimentos do grupo anglo-holandês em novas fontes.
O executivo lembrou hoje, no entanto, que a companhia segue com o interesse em avaliar novas oportunidades em exploração e produção de petróleo e gás no Brasil. Ele afirmou que o grupo tem interesse em avaliar leilões de áreas em todos os regimes oferecidos, mas que tem uma preferência pelo modelo de concessão.
“É importante que o país continue bastante competitivo. Os preços de óleo e gás são voláteis e as empresas trabalham com cenários sem uma nova escalada como vimos no passado. É um momento diferente de 2019 e espero que isso fique transparente nas condições oferecidas [pelo governo] ao mercado”, concluiu.
Fonte: Valor