A Shell Brasil vai analisar a nova licitação para a venda do terminal de regaseificação da Petrobras na Bahia, anunciada pela estatal nesta sexta-feira. Em coletiva de imprensa, o presidente da petroleira anglo-holandesa no país, André Araújo, afirmou que o gás natural é um dos pilares da estratégia de atuação da companhia em meio à transição para uma economia de baixo carbono.
Ele lembrou, no entanto, que a monetização da produção nacional de gás é uma das prioridades do grupo no país. “É cedo para dizer com clareza, mas nosso time seguramente vai olhar a revisão desse edital”, disse.
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O executivo apontou que a Shell vai precisar repor reservas de óleo e gás globalmente até 2040. “Temos perspectiva de redução das reservas provadas, ao longo desta década e da seguinte. A expectativa é que, em 2040, vamos ter 3% das reservas que temos hoje”, afirmou o executivo.
Em meio a esses esforços, o grupo se prepara para iniciar uma nova campanha de perfuração no Brasil no segundo semestre de 2021. A Shell contratou a sonda West Tellus, da Seadrill, para realizar uma campanha exploratória no bloco C-M-791, na Bacia de Campos. O bloco foi concedido ao consórcio formado entre Shell, Petrogal e Chevron na 15ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2018.
No momento, a Shell desenvolve, em parceria com a Pátria Investimentos e a Mitsubishi Hitachi Power Systems (MHPS), a termelétrica a gás Marlim Azul, em Macaé (RJ).
Em paralelo, a companhia conduz uma licitação para contratação de plataforma para área de Gato do Mato, na Bacia de Santos, e espera tomar uma decisão até o fim de 2021.
“A expectativa é bastante alta. É um projeto muito ligado à nossa capacidade de operação. Estamos aguardando o resultado da contratação para análise com os acionistas”, disse Araújo.
Sobre covid-19
O Brasil é o país que mais tem contribuído para os novos casos de covid-19 entre os funcionários da Shell, afirmou o presidente do grupo no país. “Vemos a evolução da pandemia com bastante preocupação e desafio, como toda a população brasileira”, disse Araújo.
O executivo afirmou que o grupo tem protocolos rígidos de uso de máscara e distanciamento social, principalmente entre funcionários que estão trabalhando presencialmente. Ainda assim, a Shell Brasil teve dois surtos de infecções entre funcionários no país neste ano, em janeiro e em março, que incluiu um pico de casos entre os empregados trabalhando remotamente.
Araújo lembrou que a companhia tem um interesse de investir em longo prazo no Brasil e que a expectativa é que a crise sanitária seja solucionada globalmente com a evolução da vacinação da população.
“Alguns países estão em uma situação mais favorável nesse momento, mas percebemos que a covid-19 tem sido uma surpresa, os países têm entrado e saído de momento de crise. Somos muito favoráveis a vacinação e torcemos para que o Brasil supere esse momento trágico”, concluiu Araújo.
Fonte: Valor