Baixo preço do dólar e importação de aço tendem a continuar gerando impacto sobre os balanços de siderúrgicas nacionais.
Embora o terceiro trimestre seja apontado como o principal período do ano, as expectativas para o setor de siderurgia não são das melhores.
No Brasil, a baixa do dólar ante o real deve continuar repercutindo sobre os números dessa indústria ainda nos resultados a serem divulgados nas próximas semanas.
Mais do que a importação do próprio aço, a entrada de maquinário externo no país - cujo aço é a matéria-prima - também desbancou a indústria nacional, tirando ainda mais a demanda pelo produto nacional.
"Esse cenário de oferta aquecida pressiona ainda mais as margens", avalia Gustavo Hon, analista da Um Investimentos, que conta com estreitamento de margens já nos próximos resultados.
A alta recente do dólar ainda não caberá no cálculo do resultado do trimestre, mas deve oferecer um conforto compensatório para os resultados da última parte do ano.
Empresas
Entre as principais competidoras do setor, o destaque deve seguir com a CSN, que se beneficia do fato de ter uma grande diversidade de atividades.
"A CSN está exposta ao setor de cimentos, energia e mineração, isso acaba sustentando um bom resultado", defende Hon.
Por outro lado, o analista entende que ainda é cedo para avaliar a exposição ao mercado internacional como sorte ou revés no cenário atual.
"A Gerdau, por exemplo, é muito dependente do mercado de construção civil, por conta dos vergalhões. Enquanto aqui o cenário piorou, nos Estados Unidos a construção de casas tem avançado", explica.
"Ainda é cedo para ver esses reflexos nos resultados."
Neste sentido, William Alves, analista da XP Investimentos, espera um resultado semelhante ao do trimestre passado para a siderúrgica, considerada a preferida do setor para a corretora.
Alves destaca que o aumento nos preços da sucata e do carvão devem também colaborar para espremer as margens de resultados na América Latina, ainda que tenha havido um aumento de preços no produto final.
"Houve um aumento em toda a matriz de custos", destaca.
Para a Usiminas, a boa nova deve vir do trabalho de redução dos custos da operação.
No entanto, a dependência da compra de minério de ferro para sustento da sua operação a coloca como refém das altas praticadas pelo mercado de mineração.
"As investidas da Usiminas em aumento de volume não devem surtir resultados no curto prazo. É preciso vencer a volatilidade dos custos", aponta Alves.
Fonte: Brasil Econômico/Bárbara Ladeia
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