Empresa quer agregar valor ao transporte ferroviário, com armazenagem e terminais de transbordo e de contêineres
O economista Paulo Basílio, 35 anos, que assumiu a presidência da América Latina Logística (ALL) na semana passada, tem planos ambiciosos para a empresa, que faturou R$ 2,8 bilhões no ano passado e administra 21 mil quilômetros de ferrovias no Brasil e na Argentina. Com foco em garantir um crescimento médio de 10% nos volumes nos próximos anos, o executivo quer agregar mais serviços ao transporte ferroviário – como armazenagem, terminais de transbordo e de contêineres –, além de mirar novas aquisições no mercado brasileiro. “Estamos sempre olhando oportunidades”, afirma.
Basílio promete seguir à risca a cartilha perpetuada pelos seus antecessores, Alexandre Behring, que ocupou a presidência de 1998 a 2004; e Bernardo Hees, que ficou de 2005 a 2010. A gestão, baseada em redução de custos, produtividade e meritocracia, não muda. “Mas é claro que a companhia vive um outro momento, com outros desafios”, diz.
Segundo ele, o modal ferroviário ainda tem muito espaço para crescimento. Em todo o país, ele representa hoje menos de 20% da matriz de transporte. Na sua área de abrangência, a ALL tem 50% de presença no transporte de commodities e 20% no de industrializados.
A ALL também vem desenhando um projeto para incrementar o transporte de contêineres – no qual ainda tem uma participação pequena. Entre as possibilidades está a formação de parcerias com terceiros ou até mesmo a constituição de uma nova empresa para atuar nesse segmento.
Formado pela Universidade de Brasília (UnB), Basílio ingressou na companhia há dez anos como analista financeiro, pelas mãos do próprio Bernardo Hees, que anos mais tarde viria a se tornar presidente. Hees deixou a ALL para comandar a operação mundial da Burger King. Nascido no Espírito Santo, Basílio passou pela diretoria de industrializados, pela de serviços e de planejamento operacional, pela financeira, e nesse ano se tornou diretor superintendente da empresa.
Mas o seu maior feito foi comandar a complexa integração da Brasil Ferrovias, que foi comprada pela ALL em 2006. Sucateada e com um quadro de funcionários inchado, a Brasil Ferrovias era ineficiente e lenta. “O nosso objetivo era colocar a empresa nos parâmetros da malha do Sul e conseguimos. Ainda há ajustes, mas hoje a ALL pode começar a olhar para outros projetos”.
Sob o comando de Paulo Basílio, a empresa também deve dar mais ênfase ao mercado de capitais. Na semana passada, a empresa aprovou em assembleia a migração para o Novo Mercado da Bovespa e a unificação das ações preferenciais em ordinárias, o que na prática promete dar mais flexibilidade de investimentos.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)/Cristina Rios
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