A queda dos preços da soja referentes à safra 2015/16 já era dada como favas contadas, mas a velocidade da desvalorização da oleaginosa tem assustado até os investidores mais precavidos. Na sexta-feira, os preços futuros do grão alcançaram o menor valor em cinco anos, no momento em que a safra americana está sendo plantada e as lavouras ainda permanecerão até setembro - quando começa a colheita - suscetíveis a variações climáticas, que costumam ser o fiel da balança na definição da produtividade.
Os contratos de segunda posição de entrega na bolsa de Chicago - os de maior liquidez - fecharam na sexta-feira a US$ 9,1625 o bushel, o menor valor desde 10 de junho de 2010. Desde o início do ano, os preços da oleaginosa registram desvalorização de 10,48%, enquanto no acumulado de doze meses a variação negativa já alcança 36,2%, segundo cálculos do Valor Data.
Dos dois principais fatores para esse refluxo dos preços um é climático e o outro é macroeconômico. O Meio-Oeste americano, que abriga o cinturão de soja dos Estados Unidos, recebeu fortes chuvas na última semana, o que tem criado condições ótimas para a germinação e o desenvolvimento das áreas recém-plantadas. Além disso, à menor brecha no tempo, os produtores correm para as lavouras para terminar o plantio. A Labhoro Corretora de Mercadorias estima que, até o domingo, a semeadura tenha alcançado entre 62% e 66% da área reservada para o grão - à frente dos 59% em 27 de maio de 2014.
No campo macroeconômico, a pressão vem do fortalecimento do dólar. Na sexta-feira, o Índice Dólar (que mede a variação ante várias moedas) subiu 0,93%. A alta do dólar encarece a soja americana, desestimulando a demanda.
Fonte: Valor Econômico
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