A Thyssenkrupp colocou três de suas operações sob revisão e disse que está avaliando o interesse por outras partes de seu extenso grupo industrial, enquanto luta para se recuperar de sua quarta redução nos lucros no último ano.
O conglomerado alemão, que fabrica produtos que vão de aço a submarinos e elevadores, é o mais novo grande grupo industrial europeu a revelar o impacto da desaceleração econômica, atribuindo isso à fraqueza dos setores automobilístico e siderúrgico.
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O crescimento vem sendo afetado pela fraqueza crescente demonstrada pela economia alemã, uma "acentuada desaceleração" do setor automobilístico e os altos preços das matérias-primas. "Não podemos estar satisfeitos com o nosso desempenho nos primeiros nove meses", disse na quinta-feira o presidente-executivo Guido Kerkhoff. "No futuro, vamos medir nosso sucesso com base no melhor desenvolvimento possível dos nossos negócios, e não no fato de que controlamos a maioria deles."
O preço da ação da Thyssen perdeu cerca de um terço do valor neste ano, período em que a empresa criada há 200 anos teve que abandonar um plano de fusão da operação siderúrgica com a Tata Steel e dividir a companhia em duas.
O grupo colocou três linhas de negócios sob revisão: molas e estabilizadores, que fabrica componentes de chassis para a indústria automobilística; engenharia de sistemas, que produz linhas de montagens automotivas; e chapas pesadas, que produz aço sólido para a indústria da construção.
"Não permitiremos a continuidade de uma situação em que negócios sem perspectivas claras fiquem queimando dinheiro e desvalorizando outras áreas que criamos", disse Kerkhoff. "Se não formos bem-sucedidos na reestruturação, vamos avaliar seriamente se esses negócios poderão continuar efetivamente dentro do grupo", acrescentou ele.
A Thyssenkrupp também está explorando possíveis parcerias ou fusões em suas operações de engenharia industrial e fornecimento ao setor automobilístico, onde Kerkhoff disse estar vendo o "interesse de investidores estratégicos". Ele acrescentou que ainda vê espaço para uma fusão envolvendo os negócios siderúrgicos do grupo, a partir de uma combinação com a Tata Steel, que foi bloqueada neste ano pela Comissão Europeia.
A Thyssenkrupp está dando seguimento aos seus planos de abrir o capital de sua operação de elevadores, com o processo devendo estar concluído até o fim do ano. Mas essa operação também vem atraindo o interesse de possíveis compradores.
A Kone, fabricante finlandesa de elevadores e escadas rolantes é um dos concorrentes interessados no negócio, além de várias firmas de private equity, segundo informou uma fonte a par do assunto.
Kerkhoff negou que a Thyssenkrupp esteja tomando medidas para abandonar sua estrutura de conglomerado. "Não posso dar a você hoje um quadro final da Thyssenkrupp, mas há ingredientes sólidos que permanecerão."
O grupo prevê lucro ajustado antes dos juros e impostos de cerca de € 800 milhões para o atual exercício, sendo que a previsão anterior era de algo entre € 1,1 bilhão e € 1,2 bilhão.
Fonte: Valor