A Vale, a segunda maior produtora mundial de minério em volume, contratou assessores para negociar a possível venda de seus ativos de petróleo e gás natural, que somam mais de US$ 1 bilhão, em um esforço para melhorar sua eficiência, informou uma fonte familiarizada com a operação.
A mineradora, com sede no Rio de Janeiro, contratou, há cerca de um mês, o Citibank e o Scotiabank of Canada para vender seus ativos ou fazer até mesmo uma cisão, com o objetivo de criar uma nova empresa em parceria com outros grupos.
Uma decisão final é esperada para ser tomada depois de concluídos os estudos, que deverão demorar cerca de três meses, segundo a mesma fonte. Procurados, a Vale, o Citibank e o Scotiabank não comentam o assunto.
Desde 2007, a companhia brasileira de minério investiu em 23 blocos "offshore" no país, bem como em concessões de campos petrolíferos "onshore", como forma de cobrir seus próprios custos de energia, considerados altos.
Cerca de 13,4% do total dos custos da Vale com mercadorias comercializadas em 2011 foi com energia, de acordo com uma apresentação feita pela empresa no mês passado para SEC, nos EUA. Derivados de petróleo e gás natural representavam cerca de metade das necessidades de energia da Vale.
No entanto, para uma companhia do tamanho da Vale, um portfólio de exploração de petróleo relativamente pequeno é difícil e também caro para ser administrado. Recentemente, a companhia, sob nova gestão, tem se concentrado em aumentar sua eficiência e quer focar os negócios do grupo em mineração.
Depois que o executivo Murilo Ferreira se tornou o principal executivo do grupo, há cerca de um ano, a companhia contratou assessorias externas para reavaliar todas as áreas de negócios e só destinou cerca de US$ 21,4 bilhões de capital para ser gasto este ano, valor 11% menor que em 2011.
Assim como avalia se desfazer de ativos em petróleo e gás natural, a companhia também analisa sair de alguns negócios de mineração considerados periféricos. No início deste mês, o grupo anunciou a venda de 61,5% de participação na Cadam, empresa produtora de caulim (argila) para a americana KaMin, por US$ 30,1 milhões.
"Quando comecei, disse que tínhamos que iniciar um processo permanente de reavaliação", afirmou Ferreira, na sexta-feira, em evento no Rio para marcar seu primeiro ano no cargo. "Todo o projeto tem de ser olhado de novo." Ele disse que a Vale também considera abandonar o seu negócio de carvão térmico, o que poderia levar à venda de alguns de seus ativos na Colômbia. "Nosso foco é o carvão metalúrgico", disse Roger Downey, diretor-executivo da empresa no mesmo evento.
Fonte:Valor Econômico/ Samantha Pearson | Financial Times, do Rio
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