A Vale vem realizando uma reestruturação no setor de siderurgia e enxugando com cautela os investimentos na área. Na virada do ano, o responsável pelo setor, Aristides Corbellini, deixou o cargo, e tudo indica que a vaga de diretor global de siderurgia deve desaparecer. O motivo para a nova postura da Vale estaria ligado ao mercado mundial, que hoje conta com um grande excedente de aço. Neste cenário, os projetos do setor perderam importância nos planos de crescimento da empresa.
Mesmo assim, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, segue sendo um projeto importante para a Vale, que lista o empreendimento entre as nove principais ações da empresa para 2013, conforme mostra o documento "Orçamentos e Investimentos de 2013". No texto, a Vale destaca que "está desenvolvendo um portfólio de crescimento orgânico mais focado, que compreende um menor número de projetos, porém com maiores taxas de retorno esperadas". A empresa acrescenta que, ao longo deste ano, investirá US$ 439 milhões na CSP, montante um pouco menor que o aplicado no ano passado (cerca de US$ 512 milhões). Ao todo, a Vale deve investir US$ 2,64 bilhões no empreendimento, que tem orçamento US$ 5,1 bilhões e está sendo desenvolvido em parceria com as coreanas Dongkuk e Posco.
Atualmente, a Companhia Siderúrgica do Pecém é o único investimento da Vale em siderurgia. A CSP é um dos quatro projetos de usinas siderúrgicas incluídos no orçamento de 2010 da Vale. Destes, somente um foi concluído: a Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Rio de Janeiro. A CSP está em obras e deve ficar pronta em 2015. Já os outros dois projetos - a Companhia Siderúrgica do Ubu, no Espírito Santo, e a Aços Laminados do Pará - não avançaram.
Cautela
A mudança de estratégia da Vale, contudo, vem sendo realizada com cautela. Isso porque, no passado, a falta de investimentos em siderurgia foi motivou um embate entre o governo federal e Vale. A reestruturação permitirá que o atual presidente da Vale, Murilo Ferreira, cumpra a promessa feita quando assumiu o cargo, em 2011, de centrar esforços em mineração, tendo o megaprojeto de Serra Sul, no Pará, como principal foco.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/
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